"Bala por cima de bala", diz cantora sobre ação da PM que deixou uma morta
"Bala por cima de bala", diz cantora sobre ação da PM que deixou uma morta
A vocalista da banda de forró cearense Sala de Reboco, Joelma Rios, lembrou os minutos de pânico que passou com os colegas durante uma ação da Polícia Militar no município de Irecê, a 470 km de Salvador. Tudo aconteceu na madrugada desta sexta-feira (5/7) e, além da cantora, outras duas pessoas foram atingidas pelos disparos. Uma bailarina morreu momentos depois da ação.
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Segundo a artista, o veículo em que eles estavam começou a ser seguido por uma viatura. "Nenhum momento deu sinal que era polícia. No decorrer do percurso, as meninas ficaram apavoradas. Com medo, pedimos para o motorista acelerar. Quando entramos nas ruas, o Cláudio [motorista] voltou. Na avenida principal já vimos eles [policiais] no meio e alvejando a gente. Não deu tempo de fazer nada, foi bala por cima de bala. Atitude muito violenta. Até agora estou sem entender", lembrou durante entrevista à Líder FM.
O motorista do carro, Cláudio Pereira Batista, foi levado para a delegacia de Irecê. Oficialmente, o comandante do 7º Batalhão de Polícia Militar (BPM/Irecê), tenente-coronel Florisvaldo Ribeiro, contou que Cláudio estaria com sinais de embriaguez e o acompanhamento realizado pelos agentes se deu pois o motorista "desobedeceu as ordens de parada manobrando perigosamente pelo acostamento".
Também baleado, o sanfoneiro da banda Sala de Reboco, Elielson Possidônio, classificou a nota da PM como "mentirosa". "Por nós estarmos num carro dessa qualidade, uma Hilux, a gente pensou que fosse bandido correndo arás da gente e ficamos com receio de ser bandido e fazer mal com as meninas ou levar nossos pertences. Então a gente acelerou", revelou, ainda se recuperando.
Além de Cláudio, Joelma e Elielson, estavam ainda no carro duas bailarinas, identificadas como Gabriela Moura e Suelen Sodré Mendonça Pinheiro. Gabriela chegou a ser atendida, mas não resistiu ao ferimento. O corpo dela foi levado para o Instituto Médico Legal de Irecê. A Polícia Militar disse ainda que abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do caso.
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