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Mototáxi: repórter mostra perigos do serviço que já matou três em Salvador só neste ano

Mototáxi: repórter mostra perigos do serviço que já matou três em Salvador só neste ano

Por Da Redação

Mototáxi: repórter mostra perigos do serviço que já matou três em Salvador só neste anodivulgação/Secom

Corta o primeiro, buzina para o segundo, arranca sem cerimônia. Quem vive nas metrópoles do Brasil sabe que a relação entre motoristas e motociclistas não é harmoniosa. Nessa brecha, uma profissão surge e coloca mais pimenta na briga: os mototaxistas. Eles se vendem como a opção rápida e mais em conta entre os meios de transporte.


Os usuários desse serviço se arriscam em meio aos carros e ao trânsito. Detalhe: muitas vezes sem o equipamento de proteção em condições adequadas para uso, afinal, vale tudo para chegar ao destino na hora. Somente em Salvador, a morte de dois profissionais e uma passageira somente neste ano ilustram o perigo.


VALE TUDO PARA CHEGAR NA HORA


O Aratu Online foi às ruas para sentir na pele as dificuldades que os passageiros têm para encontrar pontos. Mostramos também o desafio sobre duas rodas e até mesmo o “jogo de cintura” para pechinchar os valores das corridas que não são tabelados. O preço, diferente dos táxis e transporte por aplicativos, depende só do mototaxista.


Apesar de saberem a responsabilidade que tem ao transportar um passageiro, muitos profissionais cometem infrações de trânsito, a exemplo de “furar” o sinal vermelho e ultrapassagem em local proibido. São registradas ainda as famosas “roubadinhas”, apontadas como causadoras de alguns acidentes com os motociclistas em geral.


Somente no nosso roteiro, entre a Federação e a Ondina, constatamos todos os riscos e dificuldades listados acima.


VEJA O VÍDEO GRAVADO A BORDO DA “MOTOCA”:



DRIBLANDO A CRISE 


Por outro lado, a profissão é uma forma de “driblar” o desemprego e garantir “o pão de cada dia”. O mototaxista Moisés Falcão contou ao repórter do Aratu Online que decidiu entrar nesse ramo há um ano, após ser demitido da empresa em que trabalhava há 10. Ele revelou que não conseguiu se regularizar. “Pra conseguir, a Prefeitura pede tanta coisa, causa até constrangimento. A gente não tá em cima da moto por que quer”, desabafou.


Moisés, que tinha carteira assinada como despachante em um cartório, também falou da discriminação e do preconceito por parte de algumas pessoas. “Um rapaz comprou a minha antiga moto para fazer assalto. Então, muita gente acha que somos bandidos, que vamos assaltar. Por causa de um, todos pagam, né!?”, concluiu.


“MUITA GENTE ACHA QUE SOMOS BANDIDOS”


REGULAMENTAÇÃO 


Na capital baiana, a regulamentação do serviço ainda divide os profissionais, como Moisés. O projeto de lei que ordena a atividade de mototáxi em Salvador foi assinado pelo prefeito ACM Neto em abril de 2016.


A prestação do serviço é concedida às pessoas que cumprirem exigências previstas nas leis de trânsito, a exemplo de estar habilitado na categoria A há, no mínimo, dois anos. Além disso, a motocicleta deve ter, no máximo, cinco anos de uso, limite de 250 cilindradas e estar em nome do mototaxista. A cor amarela é obrigatória.


A Prefeitura diz que as motos têm de seguir uma padronização. Foto: divulgação/Semob


Os pilotos também devem utilizar todos os itens de segurança estabelecidos no decreto, bem como,  ter curso de especialização sobre condução de passageiros em veículos motorizados de duas rodas.


ACIDENTES 


A Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) não contabiliza o número de casos envolvendo somente mototaxistas. Porém, em 2018, dois acidentes protagonizados por eles chamaram atenção. O último foi registrado durante a manhã de domingo (8/7) no Subúrbio Ferroviário. Luis Eduardo Assis Lima, 36 anos, estava sozinho quando bateu a motocicleta na traseira de um caminhão na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana). Ele morreu no local.


LEIA MAIS: Acidente envolvendo moto e caminhão deixa uma pessoa morta na Avenida Suburbana


Em março, Geovanna Alves Lemos, de 41 anos, e Luciano da Silva Lopes estavam a bordo de uma motocicleta quando foram atingidos por um veículo no bairro da Pituba. O carro era conduzido pela médica Rute Nunes Oliveira Queiróz, 49, que foi indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Familiares da mulher relataram, na época, que ela utilizava os serviços de mototáxi de Luciano há bastante tempo e tinha confiança nele.


As vítimas morreram na hora. Foto: Aratu Online


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