POLÊMICA: Estudo inédito indica alta chance de fraude em mil provas do Enem
POLÊMICA: Estudo inédito indica alta chance de fraude em mil provas do Enem
Levantamento inédito do Jornal Folha de São Paulo mostrou que ao menos 1.125 provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), vestibular que seleciona estudantes para universidades públicas no País, podem ter sido fraudadas. As respostas dessas provas, por terem um padrão de respostas muito semelhante entre si, apontam uma alta probabilidade de que se tenha havido algum tipo de cola.
Segundo o modelo estatístico desenvolvido pela Folha de São Paulo, a chance de essas provas serem semelhantes apenas devido ao acaso em uma edição do Enem é de no mínimo 1 em 1.000. Ou seja, seria necessário repetir o exame mil vezes para que duas provas, sem interferência, fossem tão parecidas como os gabaritos suspeitos. Investigações conjuntas do Inep (órgão federal responsável pelo Enem) e da Polícia Federal confirmaram até hoje apenas 14 casos de fraude. A gestão Michel Temer diz que usa estatística e outros meios para combater as colas.
O estudo identificou tanto duplas de provas suspeitas, o que indica algum tipo de cola rudimentar, quanto grupos com até 67 candidatos suspeitos, apontando para um esquema mais sofisticado de transmissão de respostas. A pesquisa considera apenas candidatos que ficaram entre as 10% melhores notas, entre as edições 2011 e 2016, o que representa um montante total de 3 milhões de provas analisadas. Com essa pontuação, o candidato consegue ingressar em cursos concorridos como medicina, direito ou administração.
Resposta
Órgão do Ministério da Educação responsável pelo Enem, o Inep afirmou que trabalha com a Polícia Federal para coibir fraudes, garantindo a “isonomia entre os participantes”. O instituto disse que também faz análises estatísticas dos resultados, visando combater fraudes. Quando há suspeitas, os casos são encaminhados à PF, para que prossigam as investigações.
A nota oficial não informou quantos casos foram apontados pelo instituto à polícia. O Inep afirmou apenas que os casos de fraudes já confirmados “são pontuais”: 14 no total, sendo um candidato em 2013, em Minas Gerais, e 13 no Maranhão (3 casos em 2015 e 10 em 2016). Segundo o instituto, os casos não comprometem a lisura do exame e a exclusão dos participantes é “providência suficiente”.
O órgão afirma que tem aprimorado os sistemas de segurança, como a adoção em 2016 de detectores de metais nos locais de prova e identificação biométrica. No ano passado, foram adotados detectores de ponto eletrônico. “Há outros inquéritos policiais em curso. Caso haja indicação de fraude devidamente formalizada pela autoridade policial, os participantes envolvidos serão eliminados do Enem, sem prejuízo de outras providências”, completou o Inep.
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