2017! Ano marcado por fatos que jamais sairão da memória dos baianos e soteropolitanos. Doze meses marcados por uma tragédia do mar, morte de traficante perigoso e desaparecimentos sem solução.

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O Aratu Online apresenta a última série de reportagens sobre a retrospectiva. Confira:

JANEIRO

O ano começou mal para a Polícia Militar. Somente no primeiro mês de 2017, cinco agentes foram vítimas da violência. O caso mais marcante aconteceu em Bom Jesus da Lapa, Oeste do estado. Everton Oliveira de Santana e Gilberto Lemos Silva Júnior estavam de serviço no dia 23 quando tentaram impedir um assalto a banco. Eles foram sequestrados e assassinados. Ao longo do ano, os bandidos acabaram morrendo em confronto com outros militares.

Policiais foram sequestrados e assassinados.

No mesmo mês, uma doença misteriosa que deixava a urina do paciente preta assustou os baianos com pelo menos mais de 10 casos. Dois meses depois, os infectologistas descobriram que tudo tinha relação com o consumo de peixe. Inicialmente, a medicina chegou a associar a doença com o Zika Vírus, que foi descartado.

FEVEREIRO

Carnaval, alegria e muita gente nas ruas de Salvador. A cena mais marcante da folia deste ano, porém, foi vexatória. Um policial militar que não teve a identidade foi flagrado agredindo um folião utilizando um cone. Na oportunidade, a corporação prometeu apurar o fato. As imagens, que você vê abaixo, correram o mundo.

MARÇO

Um dos casos mais marcantes do terceiro mês do ano aconteceu no dia 29, quando Nilson Hufnagel Vieira, de 55 anos, assassinou sua tia e sua avó. Ele disse que cometeu o atentado porque viu nos rostos das vítimas os assassinos do seu irmão. Tudo aconteceu dentro de uma casa localizada no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

As vítimas: Hilzete Hufnagel Vieira e Elília Mendes Hufnagel Vieira.

Nilson foi preso em flagrante

Ainda em março, moradores da capital e Região Metropolitana relataram ter ouvido um estrondo seguido de um tremor. Pouco tempo depois, ficou comprovado que a queda de um meteorito provocou tal sensação.

ABRIL

Mistério! É como podemos classificar o sumiço de duas crianças: Sofia e Luna Lorena. No final do mês de abril, as meninas faziam uma viagem, com os pais, para o município de Pedrão, a 142 km de Salvador. O casal, Robson Luís Gomes e Juliana Conceição do Nascimento, foi encontrado morto em um matagal dentro do carro em que viajavam junto com o motorista, Danilo Luiz Araújo Souza, também assassinado na oportunidade.

As crianças jamais foram encontradas. Ao Aratu Online, a avó paterna disse que a esperança de encontrar as meninas com vida já não existe mais. Na época do desaparecimento, Sofia tinha apenas 1 ano e 4 meses, enquanto sua irmã estava com cinco. O pai delas é apontado pela polícia como integrante de uma facção que atua em Salvador e algumas cidades do interior. Segundo investigações, ele tinha a função de distribuir os entorpecentes que chegavam na capital para os grupos criminosos sediados nos outros municípios.

MAIO

Ataque! Essa é a palavra para descrever um dos fatos mais marcantes do mês: a fúria dos morcegos. Até a primeira quinzena, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) disse que pelo menos 40 pessoas tinham sido atendidas no Hospital Couto Maia. A maioria dos casos foram registrados no Centro da Cidade. A situação mais grave foi a morte de um lavrador, ocorrida no município de Parnamirim, Sudoeste da Bahia.

Ataque dos morcegos foi destaque em maio. Foto: divulgação

JUNHO

Uma greve geral organizada pela Central Única dos Trabalhadores parou Salvador. Serviços de bancos e correios, por exemplo foram afetados. A ação teve apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Na oportunidade, os rodoviários saíram das garagens, mas pararam os coletivos em várias vias da cidade.

Cartaz chamava para as paralisações.

JULHO

No início do mês, Salvador registrou a noite mais fria do ano até aquela oportunidade. De acordo com os institutos, os soteropolitanos enfrentaram 20ºC e ventos de mais de 40 km/h.

AGOSTO

Mais precisamente na madrugada do dia 9, a morte de um traficante mudaria os rumos da facção Bonde do Maluco. Marcelo Batista dos Santos, o “Marreno”, foi baleado em confronto com a Polícia Militar. O fato desencadeou uma série de toques de recolher e operações contra o grupo que resultaram em várias prisões e apreensões.

“Marreno” estava com armas quando foi localizado. Foto: Alberto Maraux/divulgação/SSP

No dia 24 de agosto, a Baía de Todos-os-Santos foi cenário de uma grande tragédia. Uma das lanchas que, diariamente, fazia a travessia de passageiros entre Salvador e Mar Grande, no município de Vera Cruz, naufragou, causando a morte de 19 pessoas e deixando dezenas de feridos. Naquela quinta-feira, a embarcação Cavalo Marinho I fazia a sua primeira viagem no dia. Ao todo, 124 pessoas ? incluindo a tripulação ? estavam a bordo.

Por volta das 6h, a lancha saiu do terminal marítimo de Mar Grande com destino a Salvador. Após dez minutos, e a cerca de 200 metros da costa, aconteceu o terrível acidente. As causas da tragédia continuam sob investigação. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) pediu à Justiça a suspensão das empresas CL Empreendimentos Ltda e Vera Cruz Transportes Marítimos Ltda, que realizam a travessia. Esse processo, porém, ainda está em curso.

SETEMBRO

Mais um susto na Baía de Todos-os-Santos. Era manhã de uma segunda-feira, dia 11, quando uma baleia bateu em um catamarã que fazia a linha Morro de São Paulo x Salvador. Nenhum dos 26 passageiros ficou ferido, mas o susto foi tão grande que todos chegaram a usar os coletes salva-vidas.

Foto: Margarida Neide/Agência A Tarde

OUTUBRO

No feriado de Nossa Senhora de Aparecida, um homem identificado como Nelson Messias dos Santos, de 48 anos, invadiu a Estação Mussurunga, em Salvador. O alvo dele era a ex-esposa Jacineide Alves Lima. Ambos morreram na hora e outras duas pessoas ficaram feridas.

NOVEMBRO

Um duplo sequestro, seguido de estupros, chocou a população de Salvador no final do mês de outubro. As vítimas são irmãs: uma menina de dois e um menino de cinco anos de idade. Eles estavam em um supermercado, no bairro de Mussurunga, quando foram levados por um homem. Na ocasião, a mãe pedia ajuda para comprar mantimentos a clientes do mercado e havia deixado os dois sentados do lado de fora, na companhia de outra filha, de oito anos.

O criminoso agiu em momento de distração e afastamento da irmã mais velha, que acabou entrando na loja. Se aproveitando da inocência das vítimas, ele teria oferecido brinquedos para atraí-las até o local do crime. O suspeito foi identificado como um homem de meia-idade e barba branca. As crianças foram localizadas após quase uma hora, no próprio bairro, e socorridas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque São Cristóvão.

DEZEMBRO

No início do mês, mais precisamente no dia 6, a médica Kátia Vargas foi absolvida em um júri que durou dois dias. Ela foi apontada por, em 2013, atropelar e provocar a morte dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes. O Ministério Público recorreu e aguarda decisão do Tribunal de Justiça.

Caso Kátia Vargas foi julgado em dezembro e dividiu opiniões.

Somente neste mês de dezembro, dois casos escabrosos engrossaram a imensa lista de feminicídios, que ocorreram na Bahia, em 2017. No último dia 16, uma jovem de 25 anos foi morta pelo marido na cidade de Serrinha, a 183 km de Salvador. Daiane Reis Mota (foto) estava no nono mês de gestação, à espera de uma menina. O criminoso, Adílson Prado Lima Júnior, 25 anos, alegou ciúmes.

Na última terça-feiram um dia após o Natal, a funcionária do Detran-BA, Maridalva Silva Gonçalves, de 46 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro, Jaílson Santos Mendonça, 46, quando chegava ao seu trabalho, na Avenida ACM, em Salvador. Avítima foi surpreendida pelo assassino quando subia a escadaria do Detran, onde foi esfaqueada.

Segundo a SSP-BA, 49 feminicídios foram registrados em toda o estado durante o ano de 2017. De acordo com a lei, feminicídio é a morte de uma vítima exclusivamente por conta do seu sexo. Só em Salvador foram registradas 22 ocorrências. Todas, porém, já foram elucidadas, ou seja, os autores foram presos ou identificados.