DEZEMBRO VERMELHO: Em um ano, Bahia registra cerca de 1800 novos casos de Aids
DEZEMBRO VERMELHO: Em um ano, Bahia registra cerca de 1800 novos casos de Aids
Entre janeiro de 2016 e 2017 foram registrados na Bahia 1821 novos casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, popularmente conhecida como Aids. Destes, 21 são referentes a crianças de zero a 14 anos, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Apesar de pessoas soropositivas conseguirem levar uma vida normal, hoje em dia, a população infectada pelo vírus ainda é grande e preocupa entidades da área de saúde.
No entanto, é importante ressaltar que a Aids é uma síndrome, causada pelo vírus HIV, que atua no sistema imunológico (defesa) do indivíduo. Assim, nem todas as pessoas com o vírus têm Aids.
Ao Aratu Online, o médico infectologista Claudilson Bastos explicou que a maior parte das pessoas é portadora do vírus e não apresentam sintomas. Ele chama atenção, ainda, para o aumento de casos da síndrome entre os jovens, que subiu nos últimos anos. “O jovem de hoje não viveu a década de 80, quando as pessoas com Aids tinham a aparência debilitada e o tratamento não era tão acessível”, disse Bastos.
Conforme o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, de 2006 a 2015, a taxa de detecção e casos de Aids entre jovens do sexo masculino com idade entre 15 e 19 anos quase que triplicou (de 2,4 para 6,9 casos por 100 mil habitantes). Já entre aqueles de 20 a 24 anos, a taxa mais que dobrou (de 15,9 para 33,1 casos por 100 mil habitantes).
VEJA O GRÁFICO ABAIXO:
DE MÃE PARA FILHO
Se o número de notificações entre jovens cresceu, por outro lado, nos últimos seis anos, houve uma queda de 36% nos casos de HIV/Aids em menores de 5 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. A transmissão mais comum em crianças é a chamada ?vertical?, passada de mãe para filho, na gestação, no parto ou na amamentação.
É possível, entretanto, gerar um filho sem transmitir o vírus. Para isso, as gestantes devem fazer acompanhamento médico, de preferência com um infectologista, para receberem os devidos cuidados a fim de evitar a transmissão. A falta de orientação de muitas famílias que ainda esbarra nesse quesito.
Confira abaixo o gráfico de detecção em gestantes e menores de 5 anos:
BRASIL
De acordo com relatório divulgado em junho pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), mais de 800 mil pessoas viviam com o vírus, no Brasil, em 2016. Estima-se que tenham ocorrido ao menos 48 mil novas infecções. Já a estimativa de de mortes relacionadas à Aids no país foi estimada pelo programa em 14 mil.
A nação é a que mais concentra casos de novas infecções por HIV na América Latina, correspondendo a 49% das mesmas. Contudo, hoje oferece uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de baixa e média renda. Mais da metade (64%) das pessoas vivendo com HIV recebem o TARV, acima da média global, de 53% – segundo dados compilados pelo Unaids.
Além disso, desde 1996 o tratamento é oferecido pelo Sistema ùnico de Saúde (SUS) e, há quatro anos, as pessoas portadoras do vírus podem se tratar independentemente de seu estado imunológico.
METAS
As metas de tratamento estabelecidas pelo referido programa, para até 2020, são conhecidas como 90-90-90, pois a expectativa é 90% das pessoas vivendo com HIV estejam diagnosticadas; destas, que 90% estejam em tratamento; e que, das mesmas, 90% apresentem carga viral indetectável.
Tais objetivos fazem parte da estratégia de Aceleração da Resposta para o fim da epidemia de Aids como ameaça à saúde pública até 2030.
Na cascata brasileira, observa-se que do total de pessoas vivendo com HIV, 87% já foram diagnosticadas. Deste número, 64% estão em tratamento para o HIV e, destas, aproximadamente 90% apresentam carga viral indetectável.
DEZEMBRO VERMELHO
O assunto ganhou ainda mais destaque neste mês com a campanha Dezembro Vermelho, inédita no país, cujo objetivo é a conscientização sobre prevenção ao HIV, à Aids e a outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
A escolha do mês se deve ao Dia Mundial contra a doença, no dia 1º de dezembro e a ação está dentro da lei nº 13.504, publicada, em novembro, no Diário Oficial.
Nesse período serão realizadas várias atividades e mobilizações no país entre o poder público, sociedade civil e organismos internacionais, a exemplo da iluminação de prédios públicos na cor vermelha, além de promover palestras e outros eventos relacionados ao tema.
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*Publicada originalmente às 16h54 (16/12)