COMBATE AO CÂNCER: Apesar de avanços na medicina, doença é a 2ª que mais mata no Brasil
COMBATE AO CÂNCER: Apesar de avanços na medicina, doença é a 2ª que mais mata no Brasil
Esta segunda-feira, 27 de novembro, é um dia especial de alerta para os riscos da doença que é a segunda maior causa de morte no Brasil. O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi criado em 1988, com o intuito de ampliar o conhecimento da população sobre as formas de prevenção e de tratamento da enfermidade.
Contudo, apesar da evolução tecnológica envolvendo a área da medicina, os números relacionados com as ocorrências continuam sendo preocupantes.
Segundo dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento de mortes no país por conta do câncer foi da ordem de 31% desde 2000 e chegou a 223,4 mil pessoas por ano no final de 2015.
Ainda de acordo com a OMS, no início do século, 152 mil brasileiros morriam, por ano, da doença. No Brasil, o câncer é superado apenas por doenças cardiovasculares. Entre os tumores, o maior responsável pelas mortes está relacionado com o sistema respiratório. O câncer de cólon é o segundo e em terceiro lugar vem o tumor de mama.
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Para a diretora do Núcleo de Oncologia da Bahia, Clarissa Mathias, muitos fatores contribuem para a alta incidência da doença. Porém, ela ressalta que os aumentos do poder de diagnóstico e da expectativa de vida da população são pontos que evidenciam a presença do problema, aliados ao maior interesse das pessoas sobre o assunto.
PREVENÇÃO
Em entrevista ao Aratu Online, a oncologista chama a atenção para algumas situações que favorecem o risco de uma pessoa contrair o câncer. Entre elas, a obesidade aparece como um dos principais vilão. “O indivíduo obeso tem probabilidade maior de desenvolver”, informa a médica. No entanto, a especialista orienta que a prática de atividade física devidamente orientada pode reduzir os casos pela melhora do sistema imunológico.
Ainda de acordo com Clarissa Mathias, outros fatores preocupantes são o consumo de cigarros e o uso de bebidas alcoólicas. “Deve-se evitar o cigarro não só por conta do câncer de pulmão, mas também para não desenvolver outros tipos, como o do pâncreas e de cabeça e pescoço”, adverte, acrescentando que no caso do álcool, até, a ingestão de pequenas doses pode ser responsável por algumas ocorrências.
A prevenção às doenças sexualmente transmissíveis é mais uma forma de minimizar os riscos. Segundo Mathias, a HPV, uma dessas enfermidades, pode provocar tumores no colo do útero, no canal anal e pênis. “É importante, por isso, conscientizar a população jovem para tomar a vacina”, alertou.
Entre as DSTs, a oncologista também cita a Aids, associada ao surgimento de algumas situações de câncer, como os linfomas; e a hepatite que se relaciona com as ocorrências no fígado.
A disparidade que existe entre países em desiguais níveis de desenvolvimento é uma grande preocupação para a OMS, já que a doença acaba, por conta da situação, sendo lidada de forma diferenciada. Nos casos de países em desenvolvimento, por exemplo, a taxa de incidência dos tumores aumentou de forma mais rápida entre 2000 e 2015, representando 65% dos casos de tumores no mundo.
HOSPITAL ARISTIDES MALTEZ
Em Salvador, o Hospital Aristides Maltez ? fundado em 1952 e vinculado à Liga Baiana Contra o Câncer (LBCC) ? é referência no atendimento aos portadores da doença e, na condição de entidade filantrópica, busca minimizar os problemas demandados por uma grande população, oriunda de diversas partes a Bahia, que carece de recursos para a realização de tratamentos específicos.
Apesar de um estreito relacionamento mantido com parceiros e órgãos públicos, a LBCC tem dificuldades para fechar suas contas de forma positiva e favorável à prestação dos serviços de sua clientela. Porém, os obstáculos não impedem a continuidade dos atendimentos, ainda que os problemas relacionados com a alta procura gerem algumas insatisfações, principalmente àqueles que enfrentam a demora para iniciar um tratamento.
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Segundo dados fornecidos pela assessoria de comunicação do hospital, desde a inauguração da unidade até o final de 2016, o HAM havia prestado atendimento para 489.568 pessoas. Dentre os atendidos houve a necessidade de serem realizadas 284.435 cirurgias. Entre os diagnósticos, as principais incidências de câncer foram de colo do útero, mama e próstata.
Somente no ano passado, 10.292 pacientes novos foram admitidos no hospital, que se deparou com mais 10.085 novos casos de câncer, todos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao longo do período, foram feitos 9.839 cirurgias, sem contar com os procedimentos de quimioterapia e radioterapia, comumente necessários.
REDE PÚBLICA
Desde maio de 2013, o Ministério da Saúde publicou uma Portaria instituindo a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS.
Na rede especializada, o tratamento é realizado pela Atenção Ambulatorial, por meio de Hospitais habilitados, que são os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e as Unidades de Assistência de Alta Complexidade (UNACON).
Cabe ao CACON realizar diagnóstico definitivo e o tratamento de todos os tipos de câncer, mas não obrigatoriamente dos cânceres raros e infantis. Os Centros, também, devem oferecer o tratamento de cirurgia, radioterapia e quimioterapia dentro de sua estrutura hospitalar.
As UNACONs realizam o diagnóstico definitivo e o tratamento dos tumores mais prevalentes da região de saúde onde está inserido e oferecem, minimamente, os tratamentos de cirurgia e quimioterapia. Neste caso, porém, a unidade hospitalar deve ter o tratamento de radioterapia referenciado e contratualizado formalmente.
Procurada pela reportagem do Aratu Online e questionada sobre a situação de atendimentos aos pacientes com câncer na rede pública estadual, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou, apenas, que a porta de entrada dos pacientes são os municípios e, depois das consultas, eles são encaminhados para a rede de oncologia para exames e tratamento.
A Sesab informou, ainda, como estão distribuídas as unidades especializadas de atendimento na Bahia, conforme relação abaixo:
Salvador
– Hospital Aristides Maltez ? CACON com serviço de Oncologia Pediátrica
– Hospital Geral Roberto santos/Cican/Hospital da Mulher ? UNACON
– Hospital U. P. Edgard Santos – UNACON com serviço de Hematologia
– Hospital Santa Isabel ? UNACON com serviço de Radioterapia e Hematologia
– Hospital Martagão Gesteira ? UNACON exclusiva de Oncologia Pediátrica
– Hospital Santo Antônio ? UNACON
– Hospital São Rafael ? UNACON com serviço de Radioterapia
– Hospital Português ? Serviço Isolado de Radioterapia
Vitória da Conquista
– Hospital Geral de Vitória da Conquista ? UNACON com serviço de Radioterapia
– Hospital SAMUR ? UNACON
Feira de Santana
– Hospital da Criança ? Oncologia pediátrica (em processo de habilitação, mas atendendo)
– Hospital D. Pedro de Alcântara ? UNACON com serviço de Hematologia
Itabuna
– Santa Casa de Misericórdia de Itabuna; Hospital Manoel Novaes (UNACON radioterapia)
– Hospital Calixto Midlej Filho (UNACON ?quimioterapia)
Ilhéus
– Hospital São José/Maternidade Santa helena ? UNACON
Juazeiro
– Hospital regional de Juazeiro ? UNACON
Teixeira de Freitas
Hospital Municipal de Teixeira de Freitas – UNACON
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