“Guerra do tráfico” que motivou chacina eleva tensão no Arraial do Retiro; Vítimas são enterradas
“Guerra do tráfico” que motivou chacina eleva tensão no Arraial do Retiro; Vítimas são enterradas
Eloi dos Santos Almeida, Elias Souza Santos, Ezequiel Souza Santos e Felipe Mateus Vitoriano de Oliveira. Essas são as vítimas da primeira chacina ocorrida em Salvador no mês de setembro. Apesar de o caso ser investigado pela Polícia Civil, o órgão se limita a dizer que uma briga de facções motivou a carnificina. O crime, ocorrido durante a noite de sexta-feira (4/11) no bairro do Arraial do Retiro, aconteceu na Avenida Oliveira para qualquer morador ver.
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Os corpos de três das vítimas, após serem liberados do Instituto Médico Legal de Salvador (IML), foram enterrados em simples cerimônias nesta terça-feira (7/11) nos cemitérios do Subúrbio Ferroviário. Elias e Ezequiel eram irmãos e foram sepultados em Plataforma. Já o corpo de Felipe foi levado para o cemitério de Periperi. Eloi foi a primeira vítima da chacina a ser enterrada, na segunda-feira (6/11), também em Plataforma.
Não é costume do titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), Odair Carneiro, dar entrevistas para falar sobre andamento de investigações. E com esse caso não foi diferente. Assim como o delegado, os moradores locais falam pouco sobre o assunto, mas o motivo é diferente: medo de represálias.
Quem aceita falar diz que o ataque pode ter relação com a prisão de Moisés Silva dos Santos, criminoso que atuava no bairro da Mata Escura – vizinho ao Arraial do Retiro -. Sabendo do enfraquecimento dele, os rivais teriam realizado os assassinatos no Arraial. Essa situação, revelam ainda os populares, aumenta ainda mais a tensão no local.
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Questionado pela reportagem do Aratu Online, o comandante da 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Tancredo Neves), major Raimundo Sérgio Lopes, descartou a possibilidade de a prisão de Moisés estar relacionada com a chacina e falou sobre a identificação dos suspeitos. “A Polícia Civil está à frente das investigações, mas também suspeitamos de alguns nomes que não podemos revelar”, destacou o oficial, acrescentando que o policiamento foi reforçado na região e não foram registradas ocorrências depois do crime até esta terça-feira (7/11).
O atentado deixou ainda outros dois homens feridos. Luan Braga do Santos e Uilian dos Santos Santana foram encaminhados para o Hospital Roberto Santos. Por determinação do Ministério Público, a unidade não passa estado de saúde dos pacientes. A dupla deve ser ouvida pelo delegado Odair Carneiro assim que receber alta médica. A polícia ainda não sabe se os seis feridos tinham passagens ou eram procurados.
Veja as imagens exclusivas feitas horas depois do caso:
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OS VIZINHOS
Apesar de não admitir oficialmente, fontes da Polícia Militar disseram que a morte de Eloi, Elias, Ezequiel e Felipe podem ter sido realizadas tanto por traficantes da “Rocinha”, quanto por criminosos do Calabetão. Todas essas localidades fazem “fronteira” com o Arraial do Retiro, o que facilitaria a chegada dos homens para cometer a ação.
A Polícia Civil, por meio de sua assessoria, contou que informações preliminares apontam que diversos suspeitos chegaram ao local naquela noite. Algumas testemunhas chegaram a dizer que pelo menos duas dezenas de homens armados foram os responsáveis por aquela tensão, fato negado pelo comandante da 23ª CIPM.
Há versões desencontradas sobre a autoria e motivação do crime, acima apresentadas. Fato consumado é que, de uma só vez, três famílias derramaram lágrimas sobre sangue.
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*Publicada originalmente às 6h (8/11)