‘SOBRE A PELE’: Técnica de micropigmentação eleva autoestima de quem retira os seios
‘SOBRE A PELE’: Técnica de micropigmentação eleva autoestima de quem retira os seios
Os seios são dos principais atributos levados em consideração quando o tema é ‘feminilidade’. Por isso, a retirada dos mesmos, após mastectomia, procedimento cirúrgico em consequência de um câncer de mama, pode mexer com a autoestima das mulheres. Ainda que a colocação de uma prótese de silicone dê volume à região mamária, a falta dos mamilos e/ou as cicatrizes, muitas vezes, trazem lembranças dolorosas às vítimas da doença.
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Contudo, procedimentos estéticos conhecidos como micropigmentação e dermopigmentação – espécie de ‘maquiagem’ definitiva por meio de ação com agulhamento, que vai até a segunda camada da pele – voltadas ao redesenho dos mamilos, têm sido cada vez mais procurados e causado uma verdadeira transformação no corpo e na vida dessas mulheres, como aconteceu com a baiana Silvane Sousa, de 35 anos.
“Foi difícil descobrir que estava com câncer e que ficaria sem uma mama. Achava-me nova para isso e me senti mutilada”, contou, em conversa com o Aratu Online. Após o diagnóstico do câncer, ela retirou o seio direito em 2014 e fez a reconstrução em 2015. Mesmo com a prótese, as cicatrizes deixavam-na em situação desconfortável constantemente. Um dia, navegando na Internet, interessou-se pelo trabalho de um profissional, de São Paulo, que redesenhava o mamilo e cobria as marcas da cirurgia.
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No entanto, não precisou viajar. Descobriu, em Salvador, o tatuador Diego Rangel, com 14 anos de experiência e especializado em tatuagens realistas. Verificada a disponibilidade do profissional, efetuou o procedimento no último dia 12 de outubro e segue feliz com o resultado. “Agradeço, primeiramente, a Deus, e depois a Rangel, por ter levantado a minha autoestima”, disse.
Nesta semana, ela volta ao estúdio do tatuador, na Avenida Octávio Mangabeira, orla da capital baiana, região da Pituba, para verificar o processo de cicatrização. Mesmo assim, adianta que está “satisfeitíssima”.
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O momento da reconstrução do mamilo de Silvane foi registrado em matéria da repórter Ticiane Bicelli para o programa QVP, da TV Aratu.
Assista abaixo:
Filantropia
Em conversa com o Aratu Online, Rangel explicou que começou a fazer a dermopigmentação em 2015, durante o outubro rosa, mês dedicado à conscientização para a prevenção do câncer de mama. A ideia era presentear dez mulheres com a tatuagem do mamilo, porém ‘antes e depois’ de uma cliente (ver abaixo), que queria compartilhar a prática como forma de incentivo, fez a procura pelo trabalho aumentar. O tatuador decidiu, então, fazê-lo gratuitamente, uma ou duas vezes por mês, por todo o ano.
Já fazia tatuagens realistas e vi que poderia ajudar vítimas da doença”, relatou, destacando que o diálogo com a mulher e com a família da mesma é muito importante antes do ato. “Muitas estão debilitadas emocionalmente, outras nunca foram a um estúdio de tatuagem e ficam constrangidas, com receio… Então converso para ‘quebrar o gelo’ e deixá-las à vontade”, afirmou Rangel.
O profissional disse, ainda, que o ideal é fazer a dermopigmentação, pelo menos, 11 meses após a mastectomia, para que a pele esteja estabilizada. Hoje, ele já conta mais de 30 procedimentos realizados.
Cuidados
A médica oncologista Renata Cangussú, do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB), indica as técnicas estéticas para as pacientes que passaram pela retirada de uma ou as duas mamas, mas alerta para alguns cuidados, além da atenção com o estabelecimento e profissional escolhidos. “Tem que estar fora do período de quimioterapia, para evitar sangramentos, e com o hemograma normalizado”, pontuou.
Apesar do “eficiente resultado estético”, Renata disse que algumas mulheres preferem não ‘mexer mais nos seios’, por causa das lembranças relativas ao câncer. A médica explicou, ainda, que algumas cirurgias são conservadoras, ou seja, não há a retirada total do seio e/ou do mamilo. “Depende muito do tamanho e localização do(s) tumor(es)”, concluiu.
Outubro Rosa
O mês de outubro está acabando, mas as ações em prol da conscientização para a prevenção do câncer de mama continuam.
Neste domingo (29/10), até às 12h, o Dique do Tororó, em Salvador, sediará um passeio ciclístico especial para a causa. Entre outras atividades, o caminhão rosa do mutirão da mama também estará no local, realizando mamografias gratuitas, além de um plantio de mudas de ipês rosas, simbolizando a cor do mês.
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Haverá, ainda, uma palestra sobre micropigmentação, ministrada por uma tatuadora. Serviços como massagem corporal e facial, orientações postural, nutricional, do autocuidado das mamas e sobre saúde sexual e reprodutiva também serão oferecidos durante o evento, promovido pela Secretaria Municipal de Política para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ).
Esta contabilizou, entre os dias 2 e 20 de outubro mais de 1.700 atendimentos para a prática do exame de toque da mama.
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*Publicada originalmente às 8h (29/10)