VEJA SÓ: Às vésperas do dia da pizza relembramos os piores escândalos que não deram nada no Brasil
VEJA SÓ: Às vésperas do dia da pizza relembramos os piores escândalos que não deram nada no Brasil
Amanhã, 10 de julho, comemora-se o Dia da Pizza. É uma homenagem que muita gente deve achar ?massa?! Isso porque, essa preparação culinária é apreciada por povos de diferentes culturas em diversas partes do mundo.
Reza a lenda que o apetitoso alimento teria surgido, inicialmente, entre os gregos e egípcios, há milhares de anos. Porém, foi em Nápoles, na Itália, que lhe acrescentaram alguns ingredientes, onde acabou ganhando identidade e se tornou popular.
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No início de sua existência, somente as ervas regionais e o azeite de oliva eram componentes típicos da pizza. Os italianos, porém, resolveram incrementar à massa fermentada o tomate, descoberto na América e levado à Europa pelos conquistadores espanhóis.
Ao longo dos tempos, o alimento passou a ser produzido em uma grande quantidade de sabores. No Brasil, o prato virou quase uma instituição. A pizza combina com tudo! É bem-vinda no almoço, no lanche, no jantar, nas festinhas de aniversário e em momentos casuais como as reuniões entre amigos.
E foi, curiosamente, em terras brasileiras que a fama da pizza extrapolou o limite da mesa e deu forma a uma conhecida expressão popular. Aliás, quem nunca ouviu o ditado: ?No Brasil, tudo acaba em pizza!?. Por que será? Quer saber? Vamos à história:
O termo vem da década de 1960 e tem ligações com o futebol. À época, o Palestra Itália (atual Palmeiras), tradicional time italiano de São Paulo, passava por uma crise e havia muitas divergências entre os dirigentes do clube. Tentando chegar a uma solução para o problema, os cartolas se reuniram para uma acirrada conversa que teria durado mais de 14 horas.
Depois do desgaste, todos, com muita fome, foram a uma pizzaria e pediram 18 pizzas. Conta-se que no dia seguinte, o jornalista Milton Peruzzi, que acompanhava o caso, escreveu matéria para a Gazeta Esportiva com o título: ?Crise do Palmeiras termina em pizza?.
De lá pra cá, a expressão tem sido utilizada em um monte de situações, principalmente para fazer referência a escândalos políticos que não sofrem punições. Estimulado pela proximidade da celebração da data e pela atual conjuntura do país, o Aratu Online listou dez fatos que, ao contrário da iguaria napolitana, estão recheados de ingredientes nada saborosos e são passíveis da aplicação do dito popular.
1. Deputada do PT imortaliza ‘Dança da Pizza’ em votação na Câmara
Em março de 2006, quando o plenário da Câmara absolveu o deputado João Magno (PT), acusado de ser beneficiado pelo esquema de pagamento de propina conhecido como ‘mensalão’, sua correligionária, a deputada Angela Guadagnin, protagonizou uma cena marcante para os arquivos da banda podre da política nacional. Durante a votação, ao perceber que o petista seria inocentado e iria escapar da perda do mandato, ela ‘não se deu’ e ‘mandou ver’ uma desengonçada coreografia. Sua performance aconteceu dentro da Casa Legislativa, no momento em que grande parte da nação clamava por justiça. O gesto ficou conhecido e imortalizado como a ‘Dança da Pizza’.
Veja vídeo:
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2. Anões do Orçamento embolsam verba da União
Uma comissão mista foi formada, em 1993, para investigar parlamentares acusados de incluir emendas no Orçamento da União para enriquecimento ilícito. A denúncia apontava o direcionamento de verbas públicas feito para entidades filantrópicas ligadas a parentes e laranjas dos acusados. A CPI dos Anões do Orçamento investigou 37 parlamentares por suposto envolvimento. O relatório final pediu a cassação de 18 deles, mas apenas seis perderam seus mandatos. A denominação de “anões” deveu-se ao fato de que os principais envolvidos no caso eram deputados, na ocasião, sem grande repercussão nacional. Entre eles estavam os baianos: Geddel Vieira Lima (PMDB), que foi absolvido, além de Genebaldo Correia (PMDB) e João Alves de Almeida (PFL), que renunciaram aos mandatos.
3. Títulos de precatórios são negociados em esquemas de prefeituras
O Senado Federal instalou uma comissão, no final do ano de 1996, para apurar problemas na emissão de títulos precatórios (dívidas resultantes de sentenças judiciais). Os títulos eram negociados por prefeituras para arrecadar dinheiro e o esquema foi descoberto inicialmente em Santa Catarina e Pernambuco. Logo depois, apareceram irregularidades envolvendo o então prefeito de São Paulo, Celso Pitta. O relatório final da CPI indiciou 17 pessoas e 161 empresas. Em 1998, Pitta e o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, que também estava envolvido, foram condenados, somente, à perda dos direitos políticos, acusados de improbidade administrativa.
4. Privatização do Banestado gera danos aos cofres públicos
O Banco do Estado do Paraná (Banestado) foi um banco estatal dos mais sólidos do sistema financeiro público do país. Em outubro de 2000, durante o governo de FHC foi desnacionalizado e adquirido pelo Banco Itaú em leilão, por R$ 1,6 bilhão. Porém, as decisões de agentes públicos que antecederam a privatização do Banestado foram objeto de processos na Justiça brasileira. Existem acusações de que houve danos aos cofres públicos, gerando um prejuízo de 42 bilhões. Em 2002, uma CPI foi instalada para investigar a situação e o relatório final pedia o indiciamento de Gustavo Franco, Celso Pitta, Samuel Klein, entre outros nomes, num total de 91 envolvidos. No entanto, depois de um desentendimento entre os integrantes, os trabalhos foram encerrados sem que o relatório fosse votado.
5. Contrato milionário da Nike tira direitos da CBF sobre seleção
No ano de 2000, uma CPI foi criada para apurar contrato firmado entre a Nike e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O documento revelado pela Folha de São Paulo, em janeiro de 1999, deu à empresa norte-americana, poder sobre o calendário da seleção brasileira. A Nike teve direito, durante a vigência do acordo (1997-2006), a determinar no mínimo três amistosos anuais do time brasileiro. O pedido de investigação havia sido feito pelo deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP). Ele argumentou que o contrato violava a Lei Pelé e tirava da CBF a autonomia para comandar a seleção brasileira. O valor total do acordo foi de US$ 160 milhões. Alguns dirigentes do futebol brasileiro foram indiciados no processo, entre eles Ricardo Teixeira, que era o presidente da CBF. Porém, nove meses após ter sido criada, a CPI encerrou seus trabalhos sem conseguir aprovar um relatório final e com uma intensa troca de farpas e ameaças entre seus membros.
6. Por interesses próprios, senadores violam painel de votação
Em fevereiro de 2001, trechos de uma conversa do senador Antonio Carlos Magalhães com os procuradores da República Luiz Francisco de Souza, Guilherme Schelb e Eliana Torelly foram divulgados pela revista IstoÉ. Entre revelações e denúncias, ACM admitiu ter a lista de todos que votaram contra e a favor de Luiz Estevão na sessão secreta que resultou na cassação do mandato do ex-senador, em junho de 2000. A suspeita de violação do sigilo do painel eletrônico do Senado Federal deflagrou uma crise que culminou com as renúncias de Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda. Ambos estavam envolvidos no caso e foram acusados pelo Conselho de Ética de quebra do decoro parlamentar. Nas eleições de 2002, ACM saiu como candidato ao Senado pela Bahia e se elegeu com 2,9 milhões de votos. Os envolvidos na violação do painel foram denunciados pelo Ministério Público, mas o Supremo Tribunal Federal acabou rejeitando a denúncia em 2003 e não houve punição.
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7. Excesso no uso do cartão corporativo é visto como equívoco por CPI
O Congresso Nacional instalou em 2008 a CPI dos Cartões Corporativos. Durante quase três meses, deputados e senadores investigaram o uso do cartão de pagamento do governo federal (os cartões corporativos) por integrantes da administração pública federal. Em junho daquele ano, a base aliada conseguiu maioria e aprovou o relatório final feito pelo relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que não mencionou o episódio do dossiê supostamente confeccionado na Casa Civil para reunir dados sobre gastos do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e não apresentou pedidos de indiciamento. Sérgio chamou os gastos excessivos do governo com o cartão de “equívocos” e criticou despesas com cartão corporativo feitas por ex-ministros do governo FHC. O documento, apenas, sugeriu uma série de medidas para dar mais transparência ao uso do cartão corporativo do governo federal. Para a oposição, que pediu o indiciamento de ministros e servidores em um relatório paralelo, a CPI “terminou em pizza”.
8. Carros de luxo são apreendidos pela PF na Casa de Fernando Collor
Em julho de 2015, o senador Fernando Collor de Melo teve a residência e empresas vasculhadas na Operação Politeia, deflagrada pela Polícia Federal por decisão do STF. Ele é suspeito de receber, entre 2010 e 2014, parte de propinas que chegariam a R$ 26 milhões e estariam relacionadas a contratos firmados em uma subsidiária da Petrobras. Durante a ação, foram apreendidos cinco carros de luxo que pertencem ao ex-presidente, incluindo uma Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche que estavam na Casa da Dinda, em Brasília, onde mora. Em outubro de 2015, o ministro do STF, Teori Zavascki (falecido em 2016), devolveu ao senador, a guarda dos carros apreendidos, apesar de os investigadores acharem que os veículos foram adquiridos com dinheiro da tal propina.
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9. Senador é flagrado falando em parar a Operação Lava Jato
A divulgação de uma conversa gravada entre o senador Romero Jucá (PMDB) e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, investigado na Operação Lava Jato, resultou na saída de Jucá do Ministério do Planejamento no governo Temer. A conversa foi publicada no jornal Folha de São Paulo e nela, o senador falou em parar a operação comandada pelo juiz Sergio Moro. Ele havia sido nomeado ministro há, apenas, 12 dias. Jucá confirmou que foi procurado por Sérgio Machado, em casa e no gabinete. De acordo com a reportagem, ele sugeriu que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Operação Lava Jato. Apesar de tudo, Romero Jucá está ileso e de volta às suas atividades no Senado.
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10. Afastado por corrupção, Aécio Neves retorna ao Senado
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi proibido de exercer as funções de senador em 18 de maio deste ano pelo ministro do STF Edson Fachin, após ser denunciado pela PGR por corrupção passiva e obstrução de Justiça. Aécio e sua irmã Andrea Neves passaram a ser investigados a partir da delação premiada de executivos da JBS. As investigações apontam que eles teriam pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista. No dia 30 de junho, o ministro do STF Marco Aurélio Mello autorizou que Aécio retornasse ao Senado e, consequentemente, a exercer atividades de seu mandato. Na decisão, ele disse que, por mais que seja a hora de a Suprema Corte restabelecer o respeito à Constituição, não cabe à Corte, seja pelo plenário e, “muito menos, por ordem monocrática, afastar um parlamentar do exercício do mandato?. No último dia 6 de julho, o Conselho de Ética do Senado arquivou o pedido de cassação do tucano, alvo de representação por quebra de decoro parlamentar. Desta forma, Aécio não será, sequer, investigado na Casa pelas gravações entre ele e o dono da JBS.
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