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MÃO DE FERRO: Meirelles diz que reforma da Previdência não é questão de opinião, é necessidade

MÃO DE FERRO: Meirelles diz que reforma da Previdência não é questão de opinião, é necessidade

Por Da Redação

MÃO DE FERRO: Meirelles diz que reforma da Previdência não é questão de opinião, é necessidadeReprodução

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (10/4), que a proposta de reforma da Previdência deverá seguir para votação no plenário da Câmara dos Deputados nas próximas semanas.


Em entrevista após palestra sobre o tema na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, no seminário Previdência Social no Brasil: Aonde Queremos Chegar?, Meirelles informou que a expectativa é que o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), deve encaminhar na próxima semana à Comissão Especial da Previdência o relatório final da proposta para ser discutido e finalizado antes do encaminhamento para a votação.


Para o ministro, se for adiada, a votação da reforma pode impactar nas projeções feitas pelo governo sobre a reforma e, por isso, a aprovação do texto final deve ocorrer ?o mais rápido possível?.


?Acredito que a discussão está sendo feita na hora certa, e o momento de se chegar ao texto definitivo é este, porque, a partir do momento em que sair da relatoria para votação final, quanto menos se mexer [no texto] melhor?, disse.


RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA 


Segundo Meirelles, a aprovação da reforma da Previdência já neste ano é fundamental para a retomada da economia. ?E não é uma questão de opinião, mas de necessidade.?


?Projeções de longo prazo indicam que é insustentável manter a trajetória da Previdência que prevaleceria sem a reforma. Outros países tiveram que tomar atitudes dramáticas: cortar salários, reduzir valores de aposentadorias que já haviam sido concedidas ? e isso, exatamente, porque esperaram por muitos anos, além do que era conveniente?, acrescentou.


De acordo com o ministro, o governo vem trabalhando com organizações internacionais para dimensar o tamanho do déficit na Previdência. “O Banco Mundial está fazendo um estudo sobre o assunto, que deverá ser divulgado nas próximas semanas. Existe ainda um estudo da OECD Corporate Governance Committee, que também está analisando o assunto. São, portanto, órgãos técnicos internacionais isentos que indicarão, de fato, a existência do déficit, porque há muita informação equivocada sendo passada aos brasileiros de que não há déficit na nossa Previdência.?


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DÍVIDAS DOS ESTADOS 


Henrique Meirelles disse que ?não há qualquer possibilidade? de o governo federal vir a sacrificar o ajuste fiscal em curso para ajudar estados endividados.


?É importante dizer que o projeto de recuperação fiscal dos estados, para ser aprovado, estabelece uma série de critérios para que possam aderir [aos acordos de ajuste fiscal dos governos estaduais]. Não são todos que vão aderir. Os estados que estiverem insolventes ? sem condições de pagar suas contas para poder se enquadrar no regime ? deverão estar dispostos a fazer ajustes muito sérios. Corte de despesas, aumento de despesas, vendas de estatais. Tudo isso limita, e muito, o número de estados que irão participar?, disse.


Meirelles informou que as negociações com alguns estados endividados já estão avançadas para a conclusão de acordo com a União. ?Já existe um estado que vai aderir e aceitou as condições, que é o Rio de Janeiro. E existe outro, que é o Rio Grande do Sul, com o qual estamos discutindo e aguardando exatamente a aprovação da aceitação das condições para decidir se entra ou não no regime, que é muito duro, muito austero.?


O ministro da Fazenda afastou qualquer possibilidade de que a União venha a aportar recursos para ajudar os estados a quitar as dívidas. ?Não está previsto na lei nenhum tipo de desembolso por parte do governo federal. Não há ajuda no sentido de que o governo sacrifique o ajuste fiscal, a recuperação do país, para ajudar estes estados?.


Meirelles garantiu que não haverá por parte do governo federal perdão para a dívida. “O governo federal simplesmente dará as condições para que a lei seja aprovada, para que o estado faça o ajuste, as companhias estatais privatizadas.?








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