“Não precisa matar macaco”, diz subsecretário de saúde sobre contágio de animais em Salvador
“Não precisa matar macaco”, diz subsecretário de saúde sobre contágio de animais em Salvador
A recente confirmação de quatro casos de macacos infectados com o vírus da febre amarela em Salvador acendeu o alerta da população em relação a um possível surto da doença na cidade. Apesar da situação preocupante, o infectologista Roberto Badaró, Subsecretário de Saúde do Estado, conta que ainda não foi confirmado nenhum caso da doença em pessoas e não há motivos para pânico.
“Não existe nenhum caso humano de febre amarela na Bahia. A transmissão que está ocorrendo nos macacos é feita por um mosquito não encontrado em zona urbana, chamado de haemagogus e sabethes que tem características silvestres e esta epizooti [morte de macacos] pode acidentalmente acontecer no homem”, ressalta o infectologista.
Devido ao cenário na cidade e a ocorrência de óbitos em alguns locais do país, ações estratégicas de controle do vírus na capital se intensificaram nesta quarta-feira (29/3). Como parte das ações, 400 mil doses extras da vacina foram liberadas com o intuito de imunizar as pessoas que não possuem duas doses registradas no cartão de vacinação. Em Salvador, existem cerca de 1 milhão e 700 mil pessoas a serem vacinadas.
LEIA MAIS: BROTAS-PARIPE-BARRA: Sobe para três o número de macacos mortos por febre amarela em Salvador
LEIA MAIS: ATENÇÃO: Preciso me vacinar contra a febre amarela? Veja perguntas e respostas sobre a doença
Brotas (Vila Laura), Paripe e Itaigara bairros em que os macacos foram encontrados terão prioridade na intensificação da vacinação. Estima-se que 2 milhões de doses da vacina sejam disponibilizadas para atingir a cobertura total da população que ainda não se imunizou. Como parte da rotina de bloqueio das áreas delimitadas em que a epizootia foi confirmada, equipes da vigilância epidemiológica aplicarão inseticida nestes locais, além da criação da notificação negativa diária de febre amarela – dispositivo que visa estabelecer um fluxo de informação entre as unidades de saúde do município com o Estado. Ações intersetoriais de combate ao principal vilão da história, o mosquito Aedes aegypti – transmissor da doença, também serão fortalecidas por meio da implementação da Sala Municipal de Coordenação e Controle.
“As pessoas estão cometendo crimes. Não é o macaco sadio que transmite a doença, pelo contrário: se um macaco for encontrado morto as pessoas não devem toca-lo, devem primeiro avisar ao município. O município recolhe esse animal, manda para o LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública) que retira as vísceras e em uma semana saberemos se ele estava infectado ou não”, alerta o subsecretário.
A Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) visam garantir a liberação de 5 milhões de doses para imunização em toda a Bahia por meio de um pacto federativo que dará prioridade à Salvador. A previsão do Ministério da Saúde é de que as vacinas cheguem gradualmente em um prazo de 90 dias.
Composta pelo vírus atenuado da febre amarela, a vacina tem eficácia de 95% e é contra-indicada para crianças com menos de seis meses de vida e mães amamentando até o 6º mês por conta dos riscos do vírus vacinal causar encefalites. Idosos, gestantes, pessoas com alergia severa a ovo e com imunidade baixa só devem se vacinar com avaliação médica.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuonline.com.br/aovivo, na página facebook.com/aratuonline e também pelo youtube.
*Publicada originalmente às 19h27