Por crime organizado, Região Metropolitana cresce em violência e já supera capital
Por crime organizado, Região Metropolitana cresce em violência e já supera capital
Números crescentes de assassinatos ? pelo menos, nos últimos três anos ? colocam a Região Metropolitana de Salvador (RMS) em destaque nas estatísticas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), ocorridos na Bahia.
Das 13 cidades que compõe a Grande Salvador, os municípios de Camaçari, Dias D? Ávila e Simões Filho estão entre os que mais preocupam. Somente nos primeiros doze dias deste mês de março, a reportagem do Aratu Online verificou que, segundo o Boletim Diário do site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, foram registradas as ocorrências de 14 homicídios envolvendo essas localidades, o que equivale a mais de um assassinato por dia.
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Dentre esses dados, não estão computados, porém, os casos de latrocínios (roubos seguidos de mortes), ainda que as autoridades policiais afirmem que essa modalidade criminosa tem apresentado redução na RMS.
Diante do panorama, a SSP-BA informou ao Aratu Online, através de sua assessoria de comunicação, que está trabalhando para diminuir a violência na região e que, inclusive, no ano passado, reforçou os municípios da área com 206 novos policiais militares e civis.
No entanto, a situação atual é alarmante e os números são claros na direção do crescimento de ocorrências de mortes violentas. Conforme dados fornecidos pela SSP, entre os anos de 2015 e 2016, os homicídios dolosos (assassinatos intencionais) cresceram em 13,9%. Em números absolutos, no ano passado, a polícia computou 786 mortes, 96 a mais que o ano anterior, quando houve 690 casos semelhantes.
SALVADOR X RMS
Comparados aos números registrados em Salvador, dentro do mesmo período, fica claro que o comportamento da violência na RMS se apresenta de forma mais expressiva que o da capital baiana.
É fato, que a Grande Salvador, segundo o IBGE ? com quase 4 milhões de habitantes ?, reúne um aglutinado populacional que tem, praticamente, um milhão a mais de pessoas. Contudo, vale lembrar que a capital está entre as principais metrópoles do Brasil e, portanto, com uma probabilidade maior de estar inserida em um contexto mais amplo da criminalidade.
Em Salvador, de acordo com a SSP, os homicídios se mantiveram estáveis: foram 1.289 em 2016, ante 1.290 registrados em 2015.
Neste ano de 2017, ainda não há dados consolidados para o mês de março, mas, por enquanto, os números continuam preocupantes na RMS, nos meses de janeiro e fevereiro, e o crescimento do número de homicídios é equivalente a 30% comparado ao ano passado. A polícia computou, até então, 156 registros, 36 a mais que o verificado no mesmo período de 2016, quando tiveram 120 crimes desta modalidade.
A SSP afirma que Salvador caminha na mão inversa do problema e apresenta números que apontam para a redução da criminalidade. Nos dois primeiros meses de 2017, o número de homicídios caiu 3,8%. Em números absolutos ocorreram 230 mortes, enquanto no mesmo período de 2016 foram registrados 239.
CRIME ORGANIZADO
A concentração do crescimento de mortes violentas nos municípios de Camaçari, Simões Filho e Dias D’Ávila é admitida pela SSP-BA, segundo sua assessoria, que informou ter colocado as unidades especializadas da PM para reforçar o patrulhamento ostensivo e o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) para intensificar as ações de inteligência contra as quadrilhas de traficantes de drogas das localidades.
A SSP destaca, ainda, que a maioria dos assassinatos é praticada por adolescentes, tem ligação direta com o narcotráfico e envolve disputas entre facções rivais, traições ou dívidas relacionadas com esta prática ilegal.
PROVIDÊNCIAS
Diante deste cenário da participação de menores com alta taxa de reincidência dos delitos, a SSP informou que o governador criou a Caravana do Pacto Pela Vida. Nesta ação, secretários de Estado, a cúpula da polícia baiana, as chefias do Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, além de representantes dos municípios a serem visitados se encontram para discutir as causas da violência, transferência de presos, entre outros assuntos.
O entendimento, segundo a SSP, é de que a polícia não consegue exercer o papel da família, da educação e da fragilidade das leis, dentre outros fatores que acabam em situações de violência, mas ressalta que será feito tudo o que estiver ao alcance do estado para mudar esta realidade.
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