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TENSÃO NO SUL: Assassinatos acirram conflitos em área indígena na Bahia

TENSÃO NO SUL: Assassinatos acirram conflitos em área indígena na Bahia

Por Da Redação

TENSÃO NO SUL: Assassinatos acirram conflitos em área indígena na BahiaSuiça Baiana

Do Suiça Baiana, parceiro do Aratu Online.


Após o período de ?trégua? que se estabeleceu logo após as eleições presidenciais de 2014, quando o governo federal prometeu uma resolução do problema, o clima de hostilidade entre índios da etnia Tupinambá e fazendeiros no sul da Bahia voltou a imperar na região nas últimas duas semanas.


No dia 26 de novembro, um índio foi morto por pistoleiros com ao menos 5 tiros quando passava de moto na zona rural de Buerarema. O índio Luiz Viana Lima, 54, residia na região da Serra do Padeiro, onde 32 fazendas já foram ocupadas por indígenas, numa ação que eles chamam de ?retomada?.


Conhecido como Luizão, o índio foi alvejado quando passava de moto. A Polícia Civil de Buerarema informou que o crime foi cometido por dois homens em uma outra moto. Não está descartado, informou a polícia, o crime ter sido cometido para roubar a moto ? latrocínio.


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O índio Luizão. Foto: Divulgação/Cimi


O assassinato do índio ocorreu uma semana após o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), ligado à Igreja Católica, divulgar em evento na Serra do Padeiro o ?Relatório de Violência contra os Povos Indígenas? de 2016 (com dados de 2015), segundo o qual o governo federal registrou 137 assassinatos de índios no Brasil, mas sem dar detalhes das circunstâncias de como eles ocorreram e a localização. O Cimi diz ter registrado por cona própria 54 homicídios contra índios em 2015, cinco deles na Bahia.


O presidente do Cimi, dom Roque Paloschi, afirma na apresentação do Relatório de Violência do Cimi que o sentimento é de ?indignação porque se repetem e se aprofundam as mesmas práticas criminosas, sem que medidas tenham sido efetivamente adotadas?.


?Permanece o quadro de omissão dos poderes públicos, que se negam a respeitar e cumprir a Constituição Federal no que tange à demarcação, proteção e fiscalização das terras; permanece a realidade de agressões às pessoas que lutam por seus legítimos direitos, tais como assassinatos, espancamentos, ameaças de morte; agravam-se os ataques contra comunidades, especialmente aquelas mais fragilizadas e que vivem em acampamentos; permanece a invasão e devastação das terras demarcadas?.


No entender do Cimi, ?esses levantamentos das violações aos direitos indígenas têm um único sentido: servir como instrumento de denúncia para que medidas sejam tomadas e, com isso, as violências, que são práticas contínuas, venham a ser combatidas, diminuídas, e que se consiga chegar a uma realidade justa, na qual sejam respeitados os direitos humanos?.


Na quarta-feira (7/12) um grupo de oito homens tentou atacar um povoado de Una habitado por índios e não índios, mas houve revide e dois deles acabaram mortos a golpes de facão, outros dois estão internados em um hospital de Ilhéus com ferimentos graves e os demais estão foragidos.


Os índios lutam desde 2008 pela demarcação de 47,3 mil hectares de terra, situada entre Ilhéus, Una e Buerarema. Eles já ocuparam mais de 80 fazendas, e já houve conflitos graves, com várias mortes dos dois lados, sendo necessário a Força Nacional ser enviada para a região.


?A situação voltou a ficar muito tensa. Tem áreas aqui que não podemos nem ir, índio tem medo de ir sozinho ao centro da cidade e quando vai não usa as vestimentas com medo de ser reconhecido e ser agredido ou até morto?, disse o cacique Val Tupinambá.


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