Simões Filho: Preso que trabalhava em presídio ‘lucrava’ até R$ 1 mil para repassar ‘arremessos’
Simões Filho: Preso que trabalhava em presídio ‘lucrava’ até R$ 1 mil para repassar ‘arremessos’
Em nota encaminhada à imprensa nesta terça-feira (15/11), o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia revela que na última quinta-feira (10/11), “agentes penitenciários lotados no Conjunto Penal de Simões Filho desconfiaram que um preso estivesse fornecendo objetos ilícitos para os outros presos nos pátios da unidade”.
Jairo Silva de Oliveira, que realiza atividade laborativa nas dependências da unidade e por isso tinha acesso a todo perímetro da mesma, recolhia objetos arremessados por invasores para dentro do presídio. Por uma abertura no esgoto do pátio, ele introduzia o material para que fosse recolhido pelos seus parceiros.
Segundo informações dos Agentes Penitenciários esse preso também trabalhava em fábricas montadas nos fundos da unidade e ganhava R$550,00 por semana, R$ 2.200,00 por mês. Ao ser questionado, o preso informou que recebia R$ 1.000,00 por arremesso introduzido no pátio.
A fragilidade da unidade e facilidade de acesso ao perímetro da mesma foi o que facilitou que os arremessos de ilícitos chegassem as mãos do preso. Os objetos apreendidos pelos agentes penitenciários foram: mais de 30 facas, cabos de facas, facões artesanais, chuchos, celulares, carregadores e até uma balança de precisão.
Na nota, o Sinspeb ressalta que “a unidade de Simões Filho deveria funcionar custodiando apenas presos em regime semiaberto, mas está cheia de presos provisórios”.
O texto vai além e informa que “o preso supracitado é provisório, mas por ser eletricista foi concedido o benefício de transitar pela unidade. Isso porque a unidade não possui os recursos para contratar sua manutenção. Essa apreensão é fruto do empenho dos Agentes em minimizar os riscos trazidos pela desestrutura do seu ambiente de trabalho. Lamentavelmente, consiste em um processo desgastante de enxugar gelo. Pois, quando podem atacam as consequências, porém o Estado não lhes dá condição de atacar as causas”.