PERFIL: Apoiado por João Henrique, Claudio Silva tenta superar ‘rejeição do desconhecido’
PERFIL: Apoiado por João Henrique, Claudio Silva tenta superar ‘rejeição do desconhecido’
A velocidade foi a marca da passagem de Claudio Silva pelas ruas de São Caetano e Fazenda Grande do Retiro. O evento, ocorrido na última quarta-feira (21/9), já inciou com um pequeno atraso e não durou mais que meia hora.
Candidato pelo PP (Partido Progressista), Silva saiu como um lobo solitário pelas ruas do Largo da Argeral — rua localizada em São Caetano, bairro próximo da BR-324.”Ei, é você o cara daqui da foto?” gritou um vendedor ambulante após receber um ‘santinho’ do candidato. Com um sorriso escancarado no rosto, por finalmente ter sido reconhecido, ele responde satisfeito: “sim, sou eu!”.
O pepista tem como principal cabo eleitoral o ex-prefeito João Henrique Carneiro (PP), que governou a cidade por oito anos até ser sucedido por ACM Neto (DEM). João Henrique deixou o Palácio Thomé de Souza com rejeição do eleitorado (mais de 70% negativos) e das contas de sua gestão — enquanto prefeito teve as mesmas rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), sucessivamente, entre 2008 e 2012.
Agora, enquanto é candidato a vereador em Salvador, João Henrique tenta viabilizar Silva a prefeito. A relação entre eles foi muito próxima em oito anos. Claudio Silva foi secretário de Educação e da Sucom (Secretaria Municipal de Urbanismo) na gestão de Carneiro. Neste período conviveu com uma suspeita de máfia, desencadeada após uma funcionária do órgão, Katia Carmelo, indicar irregularidades no processo de compra e venda do direito de construir em imóveis da cidade.
O caso ficou conhecido como ‘Máfia da Transcon’. O Ministério Público da Bahia (MPE) abriu inquérito para investigar. Em entrevista ao Aratu Online, após participar de uma sabatina no programa Bom Dia Bahia, da TV Aratu, Claudio Silva falou sobre o assunto.
“Esse é um assunto que se esclareceu totalmente. Nosso nome foi envolvido nesse processo, mas como a pessoa não conseguiu prova está prestes a ser apenada pela Justiça. Quem acusa, tem que provar”, disse, em referência a Katia Carmelo.
Embora seja membro de um partido nacionalmente forte e tenha o terceiro maior tempo de televisão entre os sete candidatos de Salvador (1 minuto e 31 segundos), Claudio Silva apenas patina nas pesquisas de intenção de voto. Na última rodada divulgada pelo Ibope, semana passada, sequer pontuou. Está no mesmo bolo de Célia Sacramento (PPL) e Da Luz (PRTB) — que juntos somam 17 segundos de tempo de inserção.
Nas pesquisas, Claudio Silva perde para Fábio Nogueira (PSOL), que aparece com 1% e tem 18 segundos de televisão. Pelas mesmas aferições, perde também para Sgt Isidorio (PDT), que aparece com 7% e tem apenas 50 segundos de TV.
Apesar da desidratação nas pesquisas, quando seu nome foi oficializado para disputar a Prefeitura, Claudio Silva recebeu às bênçãos das principais lideranças políticas do estado na atualidade. No seu comício participaram o ex-ministro Jaques Wagner (PT), o governador Rui Costa (PT) e o vice-governador João Leão (presidente do PP na Bahia). Nenhum deles, porém, até o momento conseguiu o milagre da multiplicação dos votos para Silva. O fato de ser desconhecido do grande público o faz empacar consideravelmente.
Aos 51 anos, Claudio Silva é formado em processamento de dados e pai de duas filhas. Apesar da fraqueza da campanha até aqui ele se diz otimista com as eleições. “Estamos dando o nosso melhor. Queremos chegar na reta final mostrando nossas propostas e projetos para Salvador”.
O candidato Claudio Silva caminhou com poucos militantes pelas ruas de Salvador
*Texto: Andrea Chaves
*Foto: Andrea Chaves/Naiara Gomes