Corpo de jovem agredido no Rio Vermelho é enterrado cercado por comoção; Movimentos sociais agendam protesto anti homofobia

O corpo do promotor de eventos Leonardo Santiago Moura, 29 anos, o Léo, que morreu nesta segunda-feira (11), no Hospital Geral do Estado (HGE), foi enterrado na manhã desta terça-feira (12/7), no Campo Santo. Familiares e amigos estiveram  no local para o ‘último adeus’.

Na próxima sexta-feira (12/7), Movimentos sociais da Bahia estão se organizando para fazer, na próxima sexta-feira (15/7), às 18h, um protesto em frente à boate em que Léo, como era carinhosamente conhecido, estava antes de ser espancado. A ideia é denunciar a violência e o assassinato de pessoas LGBT. A manifestação foi convocada pelas entidades: Mães pela Diversidade, Grupo Gay da Bahia, Grupo de Pesquisa Cultura e Sexualidade (CUS), Marcha das Vadias e Coletivo Lesbibahia.

IMAGENS 

A delegada Mariana Ouais, titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), já solicitou imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos no trecho percorrido pelo estudante Leonardo Moura, depois de deixar uma boate, no bairro do Rio Vermelho, até a Praia da Paciência, onde foi encontrado ferido, na manhã do último sábado (9/7).

O material poderá auxiliar nas investigações, já que Leonardo foi encontrado há cerca de 800 metros de onde onde deixou um amigo, em um ponto de ônibus, no Rio Vermelho, por volta de 5h30, depois de saírem de uma festa nem uma boate. O celular dele também não foi localizado e a polícia não descarta nenhuma linha de investigação.

Um pescador encontrou a vítima caída na praia e acionou uma ambulância do SAMU, que o socorreu para o Hospital Geral do Estado (HGE). Familiares do jovem, ouvidos, na manhã desta segunda-feira (11/7), pela delegada, informaram que Leonardo foi atendido por uma médica que solicitou tomografias, mas ele recusou o tratamento, sendo liberado após assinar um termo de responsabilidade.

Do lado de fora, um vigilante abordou Leonardo, que estava deitado nem um dos bancos da unidade e questionou se ele desejava que chamasse um parente para levá-lo para casa, o que foi feito. Ainda segundo parentes, já em casa, Leonardo sentiu-se mal, por volta de 15 horas, retornando ao HGE, onde foi transferido, logo que chegou, para o Centro Cirúrgico. Ele morreu por volta das 6 horas desta segunda.

Uma equipe do DHPP foi deslocada para o HGE, onde apuraram que, nos momentos em que estava lúcida, a vítima disse não se recordar de ter sofrido agressões. Em casa, ele também não descreveu o que tinha ocorrido, segundo familiares.

A delegada também já encaminhou um ofício ao HGE e ao SAMU, solicitando as informações referentes aos atendimentos prestados a Leonardo.

AGRESSÕES 

Em apenas uma semana, o Rio Vermelho, tido Brasil a fora como o bairro mais boêmio de Salvador, já soma quatro agressões que se tornaram públicas. O primeiro aconteceu na madrugada do último domingo (3/7) com a cantora da Banda Sertanília, Aiace Félix. Depois, foi a vez do cantor Marte Ventura , vocalista da banda Urbano Elétrico. Ele descreve que foi agredido, no mesmo dia (sábado,9/7) e local (na rua da Paciência) em que o Promotor de eventos foi vitimado às 5h30 da manhã. Por fim, no dia seguinte, o ciclista Tiago Cordeiro Leite disse ter sido atingido por uma paulada, na Rua João Gomes, domingo (10/7), e teve a bicicleta roubada.