VIDA ALÉM DA CARNE: Pais abrem mão de alimentação convencional e optam por estilo de vida ‘restritivo’
VIDA ALÉM DA CARNE: Pais abrem mão de alimentação convencional e optam por estilo de vida ‘restritivo’
Os laços que unem mãe e filho envolvem vidas que têm em comum o desafio do novo e do desconhecido. É a linha tênue de uma dupla jornada de expectativas, medos, amor e coragem.
A verdade é que todos nós, alguns mais, outros menos, sempre estamos em busca dos nossos ideais. E com as mães, a premissa se intensifica. Porém, ao longo de nossa trajetória, o que é esperado muitas vezes não se concretiza.
A designer de interiores Íris Ribeiro, 29 anos, está na trilha do misterioso caminho há 1 ano e três meses, desde que sua filha Marinês nasceu. Mas, ao contrário da maioria das mães, Íris decidiu pegar uma rota diferente e até mais desafiadora: ela não dá a filha produtos industrializados, açúcar, farinha branca e carne. ?Até hoje minha filha só se alimentou de frutas e verduras orgânicos, cereais e leite de cabra?, afirmou.
O Aratu Online também conversou com a nutripediatra Micheane Alves que explica as vantagens destas opções alimentares. “Esse tipo de alimentação pode ser chamada de macrobiótica, já que a dieta privilegia e enfatiza os alimentos como os grãos, cereais integrais, leguminosas e legumes”, explicou.
Íris conta que a decisão dela e do marido, Moisés Pinto, por essa dieta para a filha não partiu de razões filosóficas, religiosa ou política. Mas de orientações médicas e influências dos amigos e familiares. Quando criança, Íris também teve esse tipo de alimentação, porém com a introdução da carne vermelha.
?Inicialmente cresci recebendo os cuidados de um excelente médico naturalista chamado Fernando Hoisel. Hoje eu me alimento de carne, mas eu parei de comer durante a minha gravidez pra não fazer mal a minha filha?, explicou.
?A principal fonte de vitamina B12 é a carne. Nesses casos, a criança terá que usar um suplementode dessa vitamina. Já a falta de farinha branca e o açúcar não causam tanto impacto na nutrição?, afirmou a nutripediatra.
ANSEIOS E DIFICULDADES
O alto preço dos alimentos orgânicos e a escassez de mercados, feiras e restaurantes que comercializam produtos desse ramo são obstáculos aparentes. Mas, segundo Íris, as maiores dificuldades ainda são o preconceito e a intromissão disfarçados de ?preocupação?. Uma barreira oculta e camuflada. ?A não aceitação da sociedade é o que mais me incomoda?, disse.
A designer confessa que já sabia que ia ser desse jeito e procura lidar da melhor maneira com isso. ?Nem tudo foi bem aceito. Eu sei que o novo provoca reações contrárias. Algumas coisas aprendi com a minha mãe e dela tenho um bom apoio?.
?Por isso eu busco não discutir. Se percebo que a pessoa está disposta a me ouvir, explico. Se não sigo em frente?, completou.
Quando questionada se tem medo que a filha goste de comer doces e afins quando for crescendo, Íris foi irredutível. ?Tenho esperança que Marinês não queira. Mas se quiser vou continuar orientando e oferecendo alternativas. Nas adolescência existe uma busca pela identidade e também por ser parte de algo, então espero ter condições de apresentar a ela pessoas que tenham esses estilo de vida e mostrar que ela também pode ensinar os amigos, afirmou.
?Acho que a melhor forma de lidar com a situação é não fazer da prova de um brigadeiro uma grande coisa. Se Marinês gostar, eu vou conversar e explicar os motivos desse tipo de alimentação?, comentou.
?Eu sou uma profissional que respeita a opinião dos pais em relação à alimentação dos filhos. Não gosto de ser radical, até porque acho isso meio ?anti-ético?. No consultório, quando eu atendo mães com esse contexto, eu explico sobre a importância da carne vermelha e também que há alternativas para adoçar as preparações. Mas a decisão final sempre deixa a cargo das mães?, afirmou a nutripediatra.
Mãe fala sobre recompensas de seguir essa escolha. Veja no vídeo abaixo: