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QUE VIAGEM: Sete projetos bizarros apresentados (e até aprovados) na Câmara Municipal de Salvador

QUE VIAGEM: Sete projetos bizarros apresentados (e até aprovados) na Câmara Municipal de Salvador

Por André Uzêda

QUE VIAGEM: Sete projetos bizarros apresentados (e até aprovados) na Câmara Municipal de Salvador

Recentemente a Câmara Municipal de Salvador aprovou um projeto de lei modificando o nome do circuito Dodô (na Barra) para Daniela Mercury. A mudança foi proposta pela vereadora Vânia Galvão, do PT, que justificou a homenagem dizendo que a musa do axé “foi, de fato, a criadora do circuito”.


Longe de entrar no mérito da discussão, o Aratu Online foi além. Buscou as cifras que saem do contribuinte para manter a casa legislativa funcionando. De acordo com o Diário Oficial, a o paço municipal custará, somente em 2016, R$ 158 milhões.


Entre vários projetos propostos há alguns que chamam a atenção pela excentricidade, outros pela irrelevância, falta de sentido prático ou mesmo pura e simples vontade de surfar nas falsa polêmica e/ou visibilidade do artista para amealhar votos.


Nesta pegada, o Aratu Online listou sete projetos que são tão bizarros e estranhos que nem deveriam ter sido aprovados… Mas — ora, vejam só — foram!


Veja:



  1. TÍTULO DE CIDADÃO BAIANO A GALVÃO BUENO


O histérico narrador da Rede Globo foi agraciado com o título de cidadão da Boa Terra. O projeto foi proposto pelo vereador Paulo Magalhães, em 2010. A justificativa é emocionante. O vereador disse que Galvão “sempre divulgou nossa cultura, nossas belezas naturais, sempre ajudou a incentivar a prática do esporte na Bahia”. E não é só isso.


Magalhães ainda completou: “quando Bahia e Vitória foram rebaixados, ele fez questão de expor sua preocupação”.


Haja coração!


galvão


2. BÍBLIA GIGANTE NO DIQUE DO TORORÓ


A vereadora Cátia Rodrigues (PHS) propôs colocar uma Bíblia gigante no Dique do Tororó. E, pasmem, o projeto foi aprovado no plenário da Câmara, em novembro do ano passado.


O argumento da parlamentar é que, como o Dique possui Orixás em homenagem ao candomblé, nada mais justo dividir o espaço. ?A Bíblia é o livro mais vendido do mundo e traduzido para mais de duas mil línguas”, justificou.


Aff, senso estético zero.


DIque


3. CARTEIRA DE HABILITAÇÃO PARA CICLISTAS


Esse parece até um bom projeto à primeira vista. Mas só parece. Foi proposto por Sabá (PV), em outubro passado. O vereador quer que os ciclistas passem por curso de capacitação para aprender regras de trânsito e só peguem na magrela quando tiverem 75% de aproveitamento nas escolas de bikes.


O problema é que são leis federais que disciplinam as diretrizes de trânsito. Sem falar que a fiscalização seria algo bem complicado, uma vez que bicicletas não possuem placas de identificação e não se sabe quantas existem na cidade atualmente.


bicicleta


4. DIA DOS ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS


Por sugestão do vereador Eliel de Sousa (PV) o tradicional dois de fevereiro ficou estabelecido como o Dia Municipal dos Ecossistemas Aquáticos. O que isso muda em sua vida? Não sabemos dizer.


Talvez, na próxima festa de Yemanjá, você deva gritar “Odoyá, Ecossistemas Aquáticos”. O projeto foi aprovado em plenário em março deste ano.


 peixes


5. CIDADÃO SOTEROPOLITANO PARA MICHAEL JACKSON… DEPOIS DE MORTO


O astro pop americano Michael Jackson morreu em junho de 2009. Dois meses após sua partida, a vereadora Léo Kret entrou com o pedido para homenageá-lo como cidadão soteropolitano “post mortem” (pós morte). A justificativa era o clipe They don´t care about us (em tradução: Eles não dão a mínima para nós), que o astro gravou nos anos 1990 no Pelourinho, ao lado da banda Olodum.


Ninguém deu a mínima (sic) para Léo Kret e o projeto não foi adiante.


michael


6. SEPULTAMENTO DE ANIMAIS NO CEMITÉRIO DE SALVADOR


Essa é outra ideia que parece até boa. Mas vale refletir a respeito. Ela é do agora deputado estadual Marcell Moraes. Quando a apresentou ele defendia que “os animais de estimação são membros de uma família, que já sofre com a morte deles, então esse momento de despedida deve ter ao menos dignidade e respeito”. A questão é enterrar no mesmo espaço dos humanos — sendo que os animais tem expectativa de vida menor e, fatalmente, ocuparão mais jazigos.


Outro ponto é que o projeto remete ao clássico do teatro ‘Bem-Amado’, de Dias Gomes. Na obra o prefeito Odorico Paraguassu constrói um cemitério na cidade de Sucupira (um lugar onde não morria ninguém). Para não perder a obra ele cogita enterrar animais no espaço.


cemitério


7. CONJUNTO DA OBRA


O Oscar quase sempre premia um artista pelo conjunto da obra. Geralmente são atores e produtores decanos que têm um longa lista de serviços prestados ao cinema. Pegamos esse conceito para este último tópico.  A Câmara de Salvador merece uma menção pelo conjunto da obra de bizarrices. Só de cidadão soteropolitano, já foram concedidos títulos para os presidenciáveis Marina Silva (REDE) e José Serra (PSDB), o cantor Ricky Vallen (QUEM?), fora os já citados Michael Jackson (morto) e Galvão Bueno (É tetra! É tetra!).


Tem ainda projeto que cria o dia municipal da medida certa — só pra você saber, é 23 de setembro. Além da aprovação da verticalização da cidade e do aumento do gabarito para a construção na orla de Salvador, com a aprovação do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), em 2015.


Bem recentemente nossos vereadores, por unanimidade, vetaram o uber, que mal tinha chegado na cidade e oferece um serviço de qualidade e mais barato que os táxis. A proposta de veto foi feita pelo vereador Alfredo Mangueira (PMDB).


Ele justifica que o uber oferece novos “subterfúgios? para atuação os veículos clandestinos. Uber é um aplicativo que oferece transporte sem pagamento em dinheiro (tudo é descontado no cartão de crédito do usuário). A quilometragem do aplicativo é muito mais barata que o taxímetros.


Pois é.


And the Oscar goes to… Câmara Municipal de Salvador.


uber


 


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