Ás vésperas de completar um mês, novo ponto de Cajazeiras 8 é alvo de críticas por assaltos e falta de estrutura
Ás vésperas de completar um mês, novo ponto de Cajazeiras 8 é alvo de críticas por assaltos e falta de estrutura
Exposição ao sol e temperatura de quase 35ºC. Há ainda o risco de chuva em dias nublados. Essas condições adversas, somado à insegurança frequente, são as reclamações que moradores de Cajazeira 8 e região fazem após o remanejamento de um ponto dos ônibus no bairro. A mudança, que completa exatamente um mês nesta sexta-feira (26/2), foi necessária após a inauguração da Avenida Jorge Calmon, que liga as Cajazeiras 8 e 10.
O novo espaço parece improvisado e os usuários precisam ficar sobre o passeio sem recuo, que fica há cerca de meio metro de onde os veículos passam, geralmente em alta velocidade por ser uma descida. Além disso, os ônibus saem da nova avenida e não há nem tempo suficiente para os passageiros identificar qual é a linha do coletivo. Veja um destes flagrantes no vídeo abaixo.
A opinião negativa dos moradores é unânime.”Estamos sujeitos ao sol e a chuva. Por enquanto não há nenhuma proteção. Além disso, há o transtorno para quem mora no Setor C e D [de Cajazeira 8], que anda de lá até aqui. Eu, por exemplo, vou para a San Martin. Preciso pegar o Ribeira ou Comércio. Lá no bairro não há essa opções. Aí tenho que descer com peso e, quando chego aqui, o ônibus demora”, revela a aposentada Rita Cássia Moura. A situação é parecida com a da doméstica Ana Luce, que reforça: “Minha mãe tem 86 anos e não pode nem vir para esse ponto. É muito longe. Eu moro no final de linha onde só tem Lapa e Estação Pirajá”.
A distância que as mulheres se referem é em relação ao antigo ponto, que ficava há cerca de 500 metros de onde se encontra o atual ponto. Tomando como exemplo o caso de Luce, podemos seguramente dizer que, quem mora no final de linha da Cajazeira 8, anda cerca de 1,5 km para chegar à nova parada.
Para Walter Tributino, supervisor de transportes da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), que atua em Cajazeiras, a solução nesse caso é a integração. “A população pode, com o cartão integração, pegar um ônibus no final de linha e descer aqui para pegar outro coletivo sem pagar nada”, indica ele.
Uma nova parada de ônibus, com a cobertura, está sendo construída atrás de onde os coletivos param atualmente. Tributino garante que a obra está adiantada. “As contenções estão sendo feitas. Vamos colocar cobertura, além de ampliar mais o ponto. Está quase pronta”, garante o supervisor de transportes. Ele, porém, não deu uma previsão exata de quando será finalizado este novo projeto.
Sinalização
Para chegar onde devem pegar os coletivos, os moradores precisam atravessar a Avenida Jorge Calmon. A reportagem do Aratu Online acompanhou a dificuldade da dona de casa Maria Izolina da Silva, acompanhada de uma outra senhora, em concluir a travessia. Elas ficaram cerca de três minutos esperando a redução do tráfego de veículos.
“Tá dificultando tudo mesmo. A Prefeitura deve, pelo menos, colocar uma faixa ou sinaleira para a gente poder passar. Agora mesmo, fazemos uma menção de atravessar e vem um carro. Faz outra menção, vem mais carros”, destaca Izolina.
A Superintendência de Trânsito e Transportes de Salvador (Transalvador) disse que, por ser uma via relativamente nova, estudos estão sendo feitos para a possibilidade de a avenida ter sinalização. O órgão não disse, entretanto, se há previsão para a instalação dos equipamentos.
Assaltos
Além dos problemas de infraestrutura, os passageiros que precisam utilizar o local reclamam ainda dos assaltos constantes na região. A área é mais inóspita em comparação com o local onde funcionava o antigo ponto. “Não tem policiamento. Assim, tem assaltos aqui direto. Toda hora tem essas ações aqui. Eu mesma já vi. Eles [assaltantes] chegam de moto e pedem as coisas”, denuncia a operadora de telemarketing, Graziele Santos Lima.
O comandante da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras), Major Jackson Macêdo, diz que a principal dificuldade em coibir estas ações no local é que as vítimas não prestam queixa. “É bom que as pessoas denunciem. Assim, elas levam as informações para a polícia”, orienta ele.
Em relação ao policiamento no local, o Major diz que uma operação foi criada em Cajazeiras para evitar os assaltos às pessoas que saem cedo para o trabalho. “É a operação Cooper, que conta com viaturas nas ruas desde às 5h”.