Prefeito de Santo Amaro culpa opositores por processo de cassação e elogia polêmico cartaz da Lavagem: “ajudou a divulgar a festa”
Prefeito de Santo Amaro culpa opositores por processo de cassação e elogia polêmico cartaz da Lavagem: “ajudou a divulgar a festa”
Desde que o ano de 2016 virou em Santo Amaro o município do Recôncavo não teve mais sossego. Primeiro foi a história do polêmico cartaz da Lavagem da cidade, com loiras europeias chamando para a festa do Recôncavo — reconhecidamente uma cidade negra e de resistência escrava.
Depois, no início desta semana, o prefeito Ricardo Jasson Magalhães do Carmo (PT) e do vice-prefeito Leonardo Pereira (PSB) foram cassados por suspeita de atos ilícitos na campanha eleitoral da reeleição — dentre eles corrupção eleitoral e abuso de poder econômico.
Na última quinta-feira (28/1) foi a vez do secretário de educação do município, Tales Antônio Moraes Campos, ser preso por agentes do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) por supostas irregularidades no pagamento de servidores municipais.
Em entrevista exclusiva ao Aratu Online, o prefeito Ricardo Jasson Magalhães respondeu às três polêmicas.
Sobre seu ato de cassação, publicado no Diário Oficial, Magalhães atribuiu o fato a um erro do Ministério Público. “Eles jamais poderiam ter publicado a decisão sem me notificar antes. Foi um erro grave deles. Agora estou aguardando ser notificado para me defender”, afirmou.
O prefeito também disse acreditar que o ato é uma medida eleitoral, que partiu da oposição. Mas se furtou em dar nomes. “Claramente é isso. Tem eleição esse ano e querem desestabilizar meu mandato. Tenho sete anos de mandato e nunca cometi nenhuma irregularidade”.
O político também atacou a polícia pela prisão de seu secretário de educação. “Foi Tales [o secretário] que descobriu que estavam fazendo pagamentos irregulares aos professores. Foi um erro da mulher que conduzia os pagamentos no setor de RH (Recursos Humanos) da secretaria. O valor total é de R$ 29 mil, mas que corrigido pela inflação
Ele a demitiu quando descobriu o erro, mas a polícia foi atrás dele por ser o responsável pela pasta”, disse Magalhães.
Questionado se acreditava em perseguição contra seu mandato, ele refutou. “Não! Acho que nesse caso foi erro da polícia mesmo. Assim como o Ministério Público errou quando publicou algo no Diário Oficial sem me comunicar antes. É uma sede de fazer Justiça que muitas vezes ultrapassa o bom senso e as normas que devem ser seguidas”, pontuou.
LAVAGEM
Sobre o cartaz da Lavagem de Santo Amaro, o petista disse que a polêmica foi favorável à própria festa — que acontece a partir deste domingo na cidade.
À época, a prefeitura divulgou uma imagem de loiras, tiradas de um cartaz de Budapeste, na Hungria, para falar da Lavagem da cidade. Santo Amaro é uma cidade reconhecidamente negra e de resistência escrava no período colonial. A imagem gerou polêmica e o Ministério Público recomendou a mudança do cartaz — o que o poder público acabou fazendo, trocando por imagem de negros e índios.
“O racismo só existe na cabeça de quem é racista. Não fizemos [o cartaz] no intuito de atacar ninguém e sim de promover a festa”, disse, antes de completar: “acabaram promovendo a festa e teremos muitas pessoas por lá a partir de agora”, comemorou o político.
Veja trecho da entrevista do prefeito Ricardo Jasson Magalhães, sobre a polêmica da Lavagem da cidade: