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Eleições na Argentina: Macri promete unir nação e pede apoio aos opositores

Eleições na Argentina: Macri promete unir nação e pede apoio aos opositores

Por Da Redação

Eleições na Argentina: Macri promete unir nação e pede apoio aos opositoresDivulgação/BBC Brasil

O prefeito de Buenos Aires e opositor da presidente Cristina Kirchner, Maurício Macri, da coalizão Cambiemos (Mudemos), é o novo presidente da Argentina. Ele foi eleito neste domingo (22) e receberá a faixa presidencial em menos de um mês, no dia dez de dezembro, colocando fim a 12 anos de Kirchnerismo (2003-2015).


O resultado após a realização do inédito segundo turno gerou festa entre os apoiadores de Macri e lágrimas entre eleitores de Daniel Scioli – candidato apoiado pela presidente Cristina Kirchner. Eles se reuniram na histórica Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, a sede da Presidência, no aguardo da confirmação do resultado.


Segundo dados oficiais, com 98,24% das mesas apuradas, Macri recebeu 51,46% dos votos e Scioli, 48,54% – uma diferença menor que a esperada por cientistas políticos, que chegaram a afirmar que a distância entre os dois poderia chegar aos 10%.


A distância apertada levou o analista Sergio Berensztein, professor de Ciência Política da Universidade Torcuato Di Tella, a lembrar as últimas eleições presidenciais no Brasil, em 2014.


“Foi uma diferença muito parecida de Macri e Scioli com a de Dilma (Rousseff) e Aécio (Neves)”, afirmou. Em 2014, Dilma teve 51,64% dos votos ante os 48,36% de Aécio.


Discurso

De camisa azul, calça bege e sem paletó e gravata, Macri discursou e dançou, como costuma fazer ao final de cada ato político.


“Quero agradecer aos argentinos que saem todos os dias para trabalhar, que acreditam no trabalho e não na mania de tirar vantagem”, disse.


“Hoje é um dia histórico. E que essa mudança não seja interferida por coisas como ajuste de contas. Porque é verdade o que viemos dizendo, que queremos unir os argentinos, que podemos ter pobreza zero, que podemos combater o tráfico de drogas. A Argentina é um país maravilhoso”, disse.


Macri fez ainda um pedido aos que não votaram nele: que o apoiem, porque governar requer respaldo.


“Os que não votaram na gente, que se juntem a nós, porque temos que agir unidos. Porque é para melhorar a vida de todos”, disse.


E acrescentou: “Peço que não me abandonem porque as mudanças começam no dia dez de dezembro”.


Mudança

Amigo de Scioli, Macri esperou o candidato de Cristina Kirchner reconhecer a derrota.


Scioli ligou para o amigo de longa data antes de admitir a derrota em um discurso transmitido pelas televisões locais


“Se o país optou por uma mudança, espero que essa mudança seja para o bem do nosso povo. Peço a Deus que ilumine o Macri. Que o Estado continue presente. E quero recordar que as iniciativas realizadas (pelo governo em vigor) geraram seis milhões de postos de trabalho, distribuição de renda e direitos (sociais). Espero que cuidem de todos estes direitos”, afirmou Scioli.


Assim que Scioli falou, jovens que apoiavam o governo da presidente Cristina Kirchner e a eleição de seu candidato choraram diante das câmeras de televisão. Eles estavam reunidos desde cedo na Praça de Maio.


O consultor político brasileiro Augusto Fonseca, um dos principais assessores da campanha do segundo turno de Scioli, disse à BBC Brasil após o resultado da eleição que a ânsia dos argentinos por mudança foi algo que impulsionou a vitória de Macri.


“A onda por mudança era muito forte e isso tornou a campanha muito difícil, porque o tempo no segundo turno era muito curto”, afirmou.


Insatisfação

Eleitores de Macri ouvidos pela BBC Brasil relataram insatisfação com o estilo do Kirchnerismo ? eles citaram, por exemplo, os longos discursos do governo em redes nacionais de rádio e de televisão. Neste ano eleitoral, a presidente Cristina Kirchner discursou mais de 40 vezes nos canais de comunicação.


“Foi cansando. Néstor tinha mais projetos que ela (Cristina), que era sempre unilateral. O problema vai ser a herança que deixarão, porque, para mim, esconderam muitos dados da nossa realidade”, disse o taxista Ruben Sanguinetti, de 27 anos. Ele contou que tinha uma gráfica, mas viu seu negócio quebrar com a crise e, por isso, passou a ser taxista.


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