Juiz avalia pedido de prisão preventiva para policiais militares acusados por mortes no Cabula
Juiz avalia pedido de prisão preventiva para policiais militares acusados por mortes no Cabula
O juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, avalia pedido de prisão preventiva para os nove policiais militares acusados de matar 12 pessoas na Vila Moisés, no bairro do Cabula, na madrugada do dia 06 de fevereiro. A informação foi confirmada ao Aratu Online pela assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A solicitação foi feita pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). A equipe de promotores, coordenada por Davi Galo Barouh, é a responsável pela acusação. Como o caso corre em segredo de justiça, não foi informado quando a decisão será tomada.
Na tarde desta quarta-feira (10), os policiais estiveram no Fórum Criminal de Sussuarana, onde foram informados de que respondem a processo. Isto por que o juiz Vilebaldo já acatou a denúncia contra os oficiais, também apresentada pelo MP-BA. Todos eles assinaram o mandado de citação e receberam cópia da denúncia.
Em entrevista ao A Tarde, o advogado de defesa, Dinoemerson Tiago, disse que deve apresentar uma defesa preliminar em um prazo de 10 dias. “Estou aguardando a conclusão do inquérito do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), com um parecer do diretor José Bezerra. Até o final da próxima semana, devem concluir. Vou provar que eles agiram em legítima defesa”, explica. Ele disse ainda que vai solicitar que os seus clientes trabalhem administrativamente até que o caso seja finalizado.
O caso
Doze pessoas morreram na madrugada do último dia 6 de fevereiro, por volta das 2h, durante uma suposta troca de tiros entre bandidos e policiais militares, no bairro do Cabula. Na ocasião, o Departamento de Comunicação Social da PM-BA informou que a ação aconteceu quando três guarnições da Rondesp Central e duas da 23ª CIPM (Tancredo Neves) estavam averiguando a situação de um veículo suspeito, próximo a uma agência bancária.
Ainda de acordo com a PM, o tiroteio começou após os policiais perceberem a presença de cerca de 30 homens armados, alguns com uniformes semelhantes aos do Exército e carregando mochilas, em uma baixada do entorno do local, conhecida como Vila Moisés. A PM disse, também, que quando os militares abordaram o grupo, foram recebidos a tiros. Teria havido revide, resultando nas mortes.
Parentes das vítimas e moradores do bairro contestam a versão e dizem que todos foram executados, tese confirmada pelos promotores do MP-BA após investigação. A reconstituição dos fatos foi realizada na madrugada do dia 28 de março. Não há data oficial para a finalização do inquérito.