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Taxa de desemprego de abril deve ser igual à de março

Taxa de desemprego de abril deve ser igual à de março

Por Da Redação

A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas acompanhadas pela PME/IBGE deve ficar em 6,2% em abril de 2015, segundo a projeção Catho-Fipe. Esse valor é 1,3 ponto percentual maior do que o registrado em abril de 2014. Confirmando-se a projeção, esse será o maior aumento da taxa de desemprego com relação ao resultado do mesmo mês do ano anterior registrado desde o final de 2003. Nem na crise de 2008-2009 a deterioração do mercado de trabalho no período de 1 ano foi tão grande.


A projeção apresenta também outros indicadores que reforçam esse diagnóstico negativo. Além do aumento esperado da taxa de desemprego nota-se que o salário médio de admissão registrou queda de 1,5% na comparação livre de efeitos inflacionários entre março de 2015 e o mesmo mês do ano anterior. A ?Pressão Salarial? média dos últimos 3 meses também se reduziu ligeiramente em março, atingindo 0,900, o que mostra que os novos admitidos estão sendo contratados por um salário 10% menor se comparado àqueles que deixaram seus empregos. Esse movimento de piora nos salários e na pressão salarial é consistente com a piora que se espera para a taxa de desemprego.


Taxa de Desemprego Antecipada


Foto: Fipe

Foto: Fipe


A estimativa da Taxa de Desemprego Antecipada de abril de 2015 é de 6,2%, virtualmente idêntica à taxa registrada em março e 1,3 ponto percentual maior em relação ao mesmo mês de 2014.


Se a projeção for confirmada, esse será o sexto mês seguido no qual a taxa de desemprego fica acima ou igual à registrada no mesmo mês do ano anterior, o que indica que o mercado de trabalho continua em processo de arrecimento. Não obstante, a tendência é de piora, visto que a cada mês que passa a distância da taxa de desemprego atual com relação à do mesmo mês do ano anterior aumenta (essa distância, que esperamos que seja de 1,3 ponto percentual em março era de 1,2 ponto percentual em março, 0,7 em fevereiro e 0,5 em janeiro).


A estimativa da Taxa de Desemprego Antecipada feita por meio da técnica do ?nowcasting? utiliza dados disponibilizados em ?tempo real? para produzir informações e estatísticas precisas, sem a necessidade de esperar semanas ou meses até os institutos de pesquisa divulgarem os indicadores oficiais e defasados. No caso da Taxa de Desemprego, a Fipe cruza informações obtidas com buscas na Internet (por meio de palavras chave relacionadas a emprego, por exemplo) com informações de vagas, candidatos e contratações da Catho, além de outros dados econômicos e também a própria série da PME dos meses anteriores para estimar a taxa de desemprego do mês corrente.


Variação do salário médio de admissão


Foto: Fipe

Foto: Fipe


Outro indicador bastante relevante para o monitoramento do mercado de trabalho é o salário médio de admissão. Por indicar como está a evolução da remuneração dos trabalhadores que iniciam um novo vínculo, tem a qualidade de ser um termômetro mais ágil de variações dos salários do que a média de remuneração de toda a população ocupada.

Em março, o salário de admissão médio apresentou queda de 1,5% descontada a inflação quando comparado ao resultado do mesmo mês do ano anterior. Ainda que esse resultado seja ligeiramente superior ao de fevereiro (queda de 2,1%) é fato que o resultado de março ainda se configura como um número fraco de variação dos salários de admissão.


Pressão salarial


Foto: Fipe

Foto: Fipe


A comparação dos salários médios de admissão e de desligamento é útil para identificar o grau de dificuldade que as empresas encontram quando precisam contratar novos funcionários. Ou, por outro ângulo, mostra também a condição que os postulantes a novos empregos encontram no momento de negociar seus salários.


A medida é calculada de forma simples: é a divisão entre o salário de admissão médio pelo salário de desligamento médio em um determinado mês, segundo o Caged/MTE. Se for igual a 1, significa que em média os trabalhadores novos estão sendo contratados pelo mesmo salário daqueles que deixam seus empregos. Porém, normalmente, esse valor é menor do que 1, já que os novos contratados costumam ter salários menores que os desligados.


À medida em o tempo passa, o vínculo entre a empresa e o empregado se fortalece, e o trabalhador avança na progressão salarial. Portanto, quanto maior a pressão salarial, maior o ?aperto? no mercado de trabalho. Os dados exibidos no gráfico acima mostram a série dessazonalizada da Pressão Salarial para o Brasil desde 2006 em forma de média móvel de 3 meses afim de evitar flutuações espúrias de curto prazo. Durante a crise financeira de 2008-2009 houve forte queda nesse indicador, que voltou a subir em 2010 e atingiu o pico de 0,941 em abril de 2012.


A partir de então, lentamente, a pressão salarial apresenta tendência de queda e já está abaixo da média do período 2006-2015, indicando que o mercado de trabalho está num período menos apertado. Em março/2015, a pressão salarial livre de efeitos sazonais foi de 0,900, resultado muito próximo ao de fevereiro de 20150 (0,901). Ou seja, em março o salário médio dos admitidos foi 10,0% menor do que o dos desligados no período.


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