Pesquisa mostra avaliação dos visitantes das principais praias de Salvador; confira

Uma pesquisa realizada pela PREAMAR ? Gestão Costeira mostrou que boa parte dos visitantes das praias de Salvador não está satisfeita com o que tem encontrado na orla da cidade. Apesar de serem um dos ambientes favoritos dos baianos e elemento importante para o turismo local, as praias tem apresentado alguns problemas na opinião dos frequentadores. A classificação da pesquisa foi dividida em três categorias: Bom, médio e ruim.

O estudo foi realizado ao longo do verão em seis das mais conhecidas praias da cidade: Porto da Barra, Farol da Barra, Buracão, Jardim de Alah, Jaguaribe e Stella Maris, em dois dias da semana: quarta-feira e domingo.  O levantamento mostrou que, quando o assunto é infraestrutura, apenas 23,8% dos entrevistados gostam do que encontram. Já 28,3% dos frequentadores classificam o quesito como médio e quase metade das pessoas (47,9%) avalia como ruins as estruturas relacionadas a banheiros, chuveiros, calçadas e acessos seguros – escadas e rampas – entre outros. A praia mais bem avaliada nesse item foi o Porto da Barra, cartão postal de Salvador. A pior foi Jardim de Alah, a menos frequentada entre as pesquisadas.

O quesito segurança também foi avaliado e, assim como o primeiro, não teve um bom resultado. Somente 28,3% das pessoas consideram as praias seguras. Outros 38,6% dos entrevistados se sentem totalmente inseguros e 33,1% ficaram no meio termo. A praia de Buracão, no Rio Vermelho, foi a mais bem avaliada. Stella Maris é onde as pessoas se sentem menos protegidas.

Quando os tópicos foram limpeza e serviços os resultados foram melhores, mas não muito animadores. 39,3% dos frequentadores acham que as praias têm boas condições de limpeza, 37,8% classificam como médio e 23% acham as praias sujas. Já 40,2% estão satisfeitos com os serviços e 21,5% não estão satisfeitos. Os outros 38,4% ficaram no meio termo. Neste ítem, Stella Maris foi a mais bem colocada e Jardim de Alah a que ficou em última posição, mas no quesito serviços ela foi a melhor, enquanto Jaguaribe foi a pior.

Ficou comprovado também que, durante a semana, as praias costumam ficar mais limpas e a qualidade dos serviços melhora. Na quarta-feira, 51,5% dos frequentadores avaliaram positivamente a limpeza das praias, enquanto no domingo o número caiu para 26,5%. No quesito serviço o mesmo aconteceu. Na quarta, 47,6% das pessoas gostaram deste item e no fim de semana apenas 26,5% ficaram satisfeitas. Quesitos como estrutura e segurança praticamente não variam, independente do dia e da frequência com que elas recebem visitantes.

?Uma praia suja afeta não só a vida marinha. Nós seres humanos somos os mais atingidos. Os resultados da pesquisa demonstram a falta de preservação costeira e marítima pelos órgãos responsáveis. Alguns fatores, como o esgotamento da cidade – onde os resíduos domésticos são lançados em rios que desaguam no mar e, consequentemente, na zona de uso da praia -, a falta de consciência da população, que descarta lixo na areia, as construções e entulhos na linha de costa, entre outros, são os principais motivadores desse reconhecimento negativo por parte da população?, explica o oceanógrafo e diretor executivo da Preamar, Mateus Lima.

A Preamar ainda analisou o movimento financeiro médio dessas seis praias em um típico domingo de janeiro, neste ano. A praia do Porto da Barra é a que mais arrecada, (R$357.977,81), seguida do Farol (R$264.126,33), de Stella Maris (R$235.046,33), de Jaguaribe (R$101.465,00), de Jardim de Alah (R$63.795,67) e, por último, de Buracão (R$45.466,67).

?A movimentação financeira tem relação direta com a gestão costeira. Se os tópicos negativos fossem modificados a partir de um bom gerenciamento costeiro, quem trabalha no litoral poderia ter mais lucros, os locais teriam maior preservação ambiental e, consequentemente, melhor avaliação dos visitantes?, afirma Lima.

Neste primeiro levantamento foram ouvidas 180 pessoas durante os meses de janeiro e fevereiro. A pesquisa é contínua e tem o objetivo de entender o perfil do usuário que frequenta as praias do município e descobrir as pendências e potenciais destes locais, a partir do ponto de vista dos entrevistados

A Preamar

Criada em 2013, a PREAMAR – Gestão Costeira é uma empresa baiana que desenvolve soluções para ambientes costeiros, através do gerenciamento de recursos socioambientais, econômicos e urbanísticos. A empresa tem uma equipe composta por pesquisadores e profissionais especializados nas áreas de oceanografia, arquitetura e urbanismo, que oferece consultoria técnica à organizações públicas e privadas, além de consultoria em gerenciamento costeiro aos municípios, com o intuito de ativar o desenvolvimento ambiental, econômico e social, diagnosticando as carências e potenciais de praias e marinas. A visão da Preamar é aliar o crescimento econômico com a utilização sustentável dos recursos ambientais.

Entre os trabalhos desenvolvidos, estão o monitoramento da hidrografia e hidrologia do rio Baetantã – parte integrante do licenciamento ambiental do Estaleiro Paraguaçu-, os estudos ambientais para o plano de dragagem do atracadouro de Mar Grande, além da gestão e do monitoramento ambiental da praia de Ponta de Nossa Senhora, na Ilha dos Frades, para a implantação do carro-chefe da empresa, a certificação Bandeira Azul.