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HISTÓRIAS OLÍMPICAS : “Estou concentrado para uma experiência diferente”, diz promessa baiana na Rio 2016

HISTÓRIAS OLÍMPICAS : “Estou concentrado para uma experiência diferente”, diz promessa baiana na Rio 2016

Por Diego Adans

HISTÓRIAS OLÍMPICAS : “Estou concentrado para uma experiência diferente”, diz promessa baiana na Rio 2016

Nesta segunda-feira (29/7), o Aratu Online encerra sua  série ?Histórias Olímpicas?? que traz breves relatos resgatando o valor de cada competição, de cada conquista dos atletas baianos que participaram direta ou indiretamente de uma Olimpíada.


Desta vez, o protagonista será um das grandes promessas de medalha na prova da Maratona Aquática no Jogos Olímpicos do Rio 2016, o nadador Allan do Carmo. Aos 26 anos, o baiano irá disputar sua segunda Olimpíada.  Ele não conseguiu se classificar para Londres-2012, mas esteve presente em Pequim-2008. Na ocasião, o nadador tinha 18 anos e a maratona aquática fazia sua estreia nos Jogos. Ele terminou em 14º lugar, entre os 25 participantes. Agora, ele nos revelou  um pouco mais sobre experiência e expectativa para a competição na Praia de Copacabana.


Quem abriu a série foi o ex-nadador Edvaldo Valério, responsável por fechar o revezamento 4×100 m livre, em Sydney, na Austrália, nos Jogos de 2000.


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O  treinador de boxe, Luiz Dórea, referência nacional e mundial quando o assunto em pauta é a nobre arte, deu continuidade.


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O  ex-meia Alberto Leguelé, revelado pelo Bahia, que disputou os Jogos Olímpicos de Montreal, revelou um fato inusitado durante sua ida ao Canadá, em 1976.


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Este texto foi transcrito pelo repórter Diego Adans a partir do relato de Allan do Carmo.


Aproveite e? Boa leitura!


* * *


“Bem… vamos lá! Eu comecei na natação com sete anos de idade na escolinha do clube Costa Verde, em Piatã, como uma atividade física paralela à escola. Na verdade, foi uma recomendação pedagógica. Eu aprontava muito na escola, então a professora pediu que eu fizesse uma atividade alternativa para poder gastar a energia. Quando comecei fui gostando, logo fui chamado para a equipe que treinava todos os dias e criei afinidade com o pessoal da modalidade.


Aí, os anos passaram… Em 1997, participei do Campeonato Baiano, depois o Norte/ Nordeste em piscina. Meu primeiro ano de circuito brasileiro foi em 2004, que eram 12 etapas. Quatro anos depois, fui para minha primeira Olimpíada, em Beijing, na China. Foi uma experiência muito boa, mas era como uma criança entrando na Disney. Na época, eu tinha 18 anos. Já passei dessa fase do encantamento. Agora estou mais centrado e vou cair na água com mais responsabilidade.


Copa do Mundo de Maratonas Aquaticas/ Hong Kong


Lembro-me que a classificação (para Pequim, na Chhina) foi pelo mesmo processo seletivo que agora em 2016.  Sendo que para os Jogos do Rio, eu me classifiquei entre os dez primeiros no Mundial. Já nas Olimpíadas de Pequim, eu me classifiquei na repescagem, que foi na segunda seletiva, onde entravam 15 atletas, sendo os 10 primeiros colocados e depois, o primeiro de cada continente. Eu fiquei em sexto lugar e me classifiquei para a Olimpíada.


Para mim foi uma coisa totalmente nova, minha primeira Olimpíada , com 18 anos, uma experiência fenomenal. Eu cheguei num país com uma cultura totalmente diferente, que a nossa no Brasil. Pra entender a língua… ah, amigo.. era quase impossível (risos). Eu não dominava o inglês, não falava nada, não entendia nada . Então era o contato que a gente tinha com os brasileiros mesmo.


Brasil - Araruama- RJ - 18/11/2011 - Allan do Carmo durante a prova dos 10 Km da travessia de Araruama. Foto: Satiro Sodré/AGIF

Foto: Satiro Sodré/AGIF


Na Vila (Olímpica), eu fiquei muito próximo do Ricardo ( atleta do vôlei de praia), que era o baiano que tinha lá. Então, quando eu treinar na piscina , as vezes ele estava fazendo  treino regenerativo. Depois, eu ia acompanhar os jogos dele na arena de vôlei. Foi um cara que eu tive muito contato. Teve outros também, que a gente chegou a ver de longe, presenciando a rotina de treinos, o ‘mito’ Michael Phelps (nadador norte-americano, que em Pequim, bateu o recorde de maior número de medalhas de ouro em uma só edição das Olimpíadas. Ele conquistou oito), foi uma experiência muito diferente.


Uma coisa diferente assim, que eu vi lá na China foi o banheiro do local onde nós competíamos. O vaso era para dentro (risos). Era um buraco, onde se você quisesse fazer suas necessidades , você tinha que agachar . Fazer xixi era mais longe. Era muito esquisito.


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Em relação a comida era um problema, viu? Bom, na verdade (risos). Era bastante comida, nós ganhávamos  um cartão, onde tinha direto à máquina de suco, refrigerante , isotônico… em todos os pontos da Vila. Uma coisa que ficou marcante par mim, foi quando eu estava indo embora dos Jogos Olímpicos. Na ocasião, eu e Ana Marcela (atleta baiana que também vai disputar a prova da maratona aquática no Rio de Janeiro), estávamos indo embora.


Eu já não ia competir mais, estava há dias só em dieta. Aí, não contei conversa. Na saída da Vila Olímpica, passei num restaurante e peguei dois combos enormes da Mc Donalds… com batata frita, hambúrguer, catchup, maionese. Saímos eu e Ana Marcela comendo da Vila até o aeroporto. Os chineses olhavam para nós com cara de espanto. Deviam ficar se perguntando como comíamos tanto… (risos)


Em Londres, 2012, não tive tanta sorte.


Faltaram quatro posições para eu me classificar e ir aos Jogos. Na última seletiva olímpica da Maratona Aquática, tinham 15 vagas, mas eu terminei na 19º posição e não tive sucesso na tentativa final de conseguir uma vaga nas Olimpíadas. Foi um momento difícil, fiquei muito triste… mas, com o tempo, superei.


Allan_do_Carmo_por_Felipe_Oliveira_(12)

Foto: Felipe Oliveira


Agora, em 2016, espero que seja uma experiência totalmente diferente, por que eu não vou ficar na Vila Olímpica , eu vou ficar num hotel , então vou ficar muito mais concentrado , com uma expectativa muito maior, de um resultado melhor, que eu tive em 2008″.



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