Aplicado, Neymar amadurece e se firma na elite europeia
Aplicado, Neymar amadurece e se firma na elite europeia
Neymar correu 123 km até a arrancada nos acréscimos da decisão da Liga dos Campeões, que definiu a vitória por 3 a 1 e coroou a grande campanha do brasileiro em 2014/15. Segundo os dados da Uefa, apenas jogadores da Juventus percorreram mais quilômetros em campo que o prodígio brasileiro ao longo de todo o torneio continental, mas eles nada puderam fazer para evitar a derrota deste sábado no Estádio Olímpico de Berlim.
O título conquistado pelo camisa 11 do Barcelona serviu como consolidação dele perante o futebol mundial e até para os brasileiros mais céticos. Empolgadíssimo às vésperas da final, a qual ele chamou recorrentes vezes de “sonho”, Neymar mostrou concentração total e personalidade ao partir para cima dos defensores adversários, que tiveram muito trabalho para pará-lo.
Ao concluir sua segunda temporada como atleta do clube azul-grená, Neymar mais do que dobrou seu número de gols anterior, de 15 para incríveis 39, uma marca jamais alcançada por jogadores históricos como Henry e Eto’o.
Escalado à esquerda de Suárez e Messi, o brasileiro floresceu nos últimos meses e calou a boca de críticos que o atacavam afirmando que ele não brilhava em partidas de grande expressão mundial.
Dentro da Espanha, o camisa 11 terminou o campeonato nacional como o terceiro artilheiro, empatado com Antoine Griezmann, do Atlético de Madrid, e atrás de Messi e Cristiano Ronaldo.
A dupla que tem polarizado os prêmios de melhor do mundo, no entanto, não foi páreo para Neymar na Copa do Rei, pois o brasileiro encerrou o torneio como o maior goleador, fato que se repetiu na Liga dos Campeões, embora este posto esteja dividido entre Messi e Cristiano Ronaldo. Os três fizeram um total de dez gols cada na competição.
Um detalhe relevante da participação do brasileiro é o fato dele ter balançado as redes em todos os jogos a partir das quartas de final contra o Paris Saint-Germain. Nos dois duelos contra os franceses, mais a ida e a volta contra o Bayern de Munique, Neymar marcou um total de seis gols, que se tonaram sete nos últimos cinco jogos da Champions com feito sobre a Juventus.
Fora recordes pessoais, o vice-artilheiro do Barcelona na temporada – atrás apenas de Messi – completou um feito raro, ainda mais aos 23 anos: ter títulos da Libertadores e da Liga dos Campeões na carreira.
O bom desempenho técnico individual, mais sua determinação correndo pelo gramado para atacar e defender, consolidaram o ex-jogador do Santos na elite do futebol europeu, credenciando-o a figurar entre os finalistas da Bola de Ouro da Fifa deste ano.
Humilde e cauteloso com as palavras, o brasileiro disse que quer seguir em frente com seu crescimento como atleta e se derreteu em elogios Messi, para ele o maior craque da atualidade. “Eu quero continuar. O melhor do mundo já tem dono, não tem jeito, é o nosso camisa 10, que é diferenciado. Sonhar não é impossível. Ninguém impede ninguém de sonhar”, despistou o brasileiro, que a cada jogo que passa amadurece um pouco mais e se solidifica como um dos nomes da elite do esporte.