Após mandato-tampão com duração de cerca de seis meses, Fernando Schmidt deu lugar para Marcelo Sant?Ana, que se consagrou vencedor da eleição para o primeiro triênio do clube pós-democracia. Agora, o jornalista deixa o cargo e se candidata a uma vaga no Conselho Deliberativo no clube.

Ao todo, cinco chapas se inscreveram até a última sexta-feira (1º/12) para o pleito executivo. A primeira, “Bahia 3.1”, é composta pelos grupos Revolução Tricolor, 100% Bahia, Simplesmente Bahia e Sou Bahia terá como candidatos Guilherme Bellitani para presidente e Vitor Ferraz, para vice. A segunda, “Voltar a Sorrir “, é composta pelos grupos A Voz do Campeão, Integridade Tricolor e Avante Esquadrão terá como candidatos Fernando Jorge para presidente e Antônio Tillemont para vice-presidente.

Guilherme Bellintani – Pretendo dar continuidade ao trabalho feito por Marcelo Sant’Anna. Queremos que esse projeto seja uma sequência do que foi feito até aqui. Queremos afirmar  tudo que foi conquistado e promover cada vez mais avanços. Ampliar a receita para investir no futebol. Fazer com que a folha, que hoje é uma das menores do Brasil, temos a 16ª folha de futebol da Série A,  cresça e que com isso, consigamos gradativamente diminuir a desigualdade econômica que temos com os outros grandes clubes.

Abílio Freire – Estamos com um plano de ação muito exequível… então tudo que foi conquistado até agora, pretendemos avançar ainda mais e, sem dúvidas alguma, junto com Virgílio Elísio estamos prontos para ajudar ainda mais o Esporte Clube Bahia.

Fernando Jorge – Minha prioridade nos três anos iniciais do mandato será manter toda a qualidade na gestão. Vamos mudar só o futebol. Após isso, voltaremos para outras áreas da gestão: aumentar e dobrar quem sabe o número de sócios. Já falei isso e volto a falar: o Bahia não pode ter 4 milhões de torcedores pesquisado pelo Ibope e ter 16 mil sócios hoje, e com 10 mil inadimplentes.

Flávio Alexandre – A administração do Bahia é nota dez. Agora, eu não gosto do trabalho de Marcelo Sant?Ana. Quem tem que sair é o presidente e o pessoal que está lá ficar. É aquela coisa. No futebol mesmo não acertou nada. Contratou diversos jogadores, diversos treinadores e não deu certo.

Se eleito,  o torcedor do Bahia poderá comemorar o tricampeonato brasileiro?  

GB – Naturalmente não vou garantir. Futebol não é ciência exata. De forma que qualquer pessoa que assuma o Bahia, seja eu ou outra pessoa. No meu entendimento não há absolutamente condição de garantir um título como esse. Entretanto, garanto muito empenho para esse título possa vir. Para que o Bahia volte a ter chance de disputar de igual para igual com outros grandes clubes do futebol brasileiro.

AF – Ninguém pode garantir resultados e sim meio. Nós entraremos com espírito de vencedores, com o objetivo de ganhar. O presidente, a comissão técnica e os jogadores precisam acreditar nisso.

FJ – Eu não tenho a menor condição de ter essa garantia de ser campeão. Agora, farei de tudo. Vou deixar o clube, principalmente, no futebol… preparado para (ser tricampeão). Como se trata de jogo, eu não posso garantir. Mas que o futebol do Bahia vai melhorar, as contratações vão melhorar não tenha dúvidas. Espero que eu encontre dia 9 de dezembro, a base máxima possível e que não se vendam os atletas anunciados na imprensa, que eu tenha perdas do plantel que venha me prejudicar a lhe responder essa pergunta.

FA – O Bahia é potência do futebol brasileiro e mundial. Então, tem a obrigação de ganhar Copa do Brasil e Série A já no ano que vem. Com Binha presidente do Bahia, o Bahia vai brigar por títulos brasileiros, Libertadores e Mundial.

O plano de sócio é um ponto que todos os candidatos apontam necessidades de reforma. O que pretende fazer neste quesito?

GB – Vamos lançar uma plataforma, a BBMP, que é um aplicativo que vai tornar muito mais próxima a relação do torcedor com o clube. Ele vai baixar esse aplicativo, vai ter ali notícias, vídeos … começará uma relação de consumo. O torcedor vai poder se associar em apenas três cliques, com informações básicas, e virar sócio em poucos segundos. Acreditamos muito que, com tecnologia, vamos conseguir aumentar a receita.

AF – Basicamente, vamos apresentar produtos adequados a cada perfil. Aos sócios de baixa renda, valores de R$ 10 e R$ 20. Por sua vez, manteremos o sócio de R$ 40, e teremos valores mais robustos de R$ 80 a R$ 1.000. Uma das novidades é o plano para o torcedor que não vai a todos os jogos ter entrada garantida em algumas partidas. O sócio poderá ainda imprimir o ingresso e dar para o irmão, o vizinho, se ele não for para o jogo.

FJ – Eu acho que faltou muito pesquisa. Qual é o anseio do torcedor do Bahia? É ter uma mensalidade de associação mais barata? É ter ingresso para o futebol mais barato? O que é que ele quer que o clube dê a ele para que ele se associe. O clube hoje é time de futebol. Você não tem uma atração de clube para dar… É algo que se precisa pensar a longo prazo.

FA – Teremos cinco formatações: aquele que só quer contribuir mas não vai ao estádio, seja pessoal, por idade ou morar fora do estado, mais outros três que são setorizados e o “Esquadrãozinho”, e arrecadar mais com essa modalidade nova.

Confira os melhores momentos do debate dos candidatos à Presidência do Bahia:

Veja vídeo:

Quem é quem:

Chapa 10 – Abílio Freire de Santana, de 46 anos, é graduado em Direito pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal). Foi servidor do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e também estudou Engenharia Química e Processamento de Dados, mas abandonou os dois cursos. Se especializou em Direito do Consumidor e Responsabilidade Civil.

Chapa 33 – Fernando Jorge Carneiro, ex-presidente do Conselho Deliberativo do clube, volta à cena para a disputa do cargo de mandatário do Tricolor em 2018. Ele concorreu à presidência anteriormente em 2005 e 2008, como opositor de Marcelo Guimarães e Marcelo Guimarães Filho. Militante, participou diretamente do grupo do qual saiu a ação que resultou na intervenção judicial no clube, em 2013, e culminou com a saída de Guimarães Filho.

Chapa 31 – Aos 40 anos, Guilherme Bellintani, é graduado em Direito pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal) e doutor em Desenvolvimento Regional e Urbano pela Universidade Salvador (Unifacs). Ele é sócio, diretor-geral e professor da Faculdade Baiana de Direito e um dos fundadores do JusPODIVM, editora de livros jurídicos com atuação no Norte e no Nordeste. Nos últimos anos, atuou como secretário municipal e chefiou as pastas de Educação e de Desenvolvimento, Turismo e Cultura.

Chapa 88 – Aos 57 anos, o projetista industrial Flávio Alexandre, mais conhecido pela alcunha de Binha de São Caetano é  postulante ao cargo pela chapa ‘Bahia Campeão dos Campeões’. Torcedor folclórico do Tricolor de Aço, Flávio  concorre ao cargo de presidente do tricolor pela segunda vez. Em 2014, ele teve 14 votos.