Jogos Pan-Americanos: brasileiro do polo aquático é acusado de abuso sexual
Jogos Pan-Americanos: brasileiro do polo aquático é acusado de abuso sexual
A polícia de Toronto informou formalmente nesta sexta-feira (24), que o brasileiro Thye Mattos Ventura Bezerra, membro da Seleção Brasileira de polo aquático, 27 anos, foi acusado de abuso sexual no Canadá, enquanto ele estava na cidade para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2015. A vítima tem 22 anos e sofreu o crime enquanto dormia no dia 16 de julho, mesma data que o atleta deixou o país.
Em entrevista coletiva, a investigadora Joanna Beaven-Desjardins informou que o Canadá já entrou em contato com autoridades brasileiras para pedir a extradição de Thye, com a finalidade de ele responder às acusações colocadas. Segundo a policial, o Canadá não tem um acordo com o Brasil para emitir um mandado de prisão e posterior extradição, mas as forças de segurança canadenses estarão atentas a eventuais viagens feitas pelo atleta a outros países e, caso haja tal tipo de relação com o país de destino, ele poderá ser detido fora do Brasil.
Segundo apuração do Terra , as Seleções masculina e feminina de polo deixaram a concentração do Time Brasil para festejar a conquista das medalhas de prata e bronze, respectivamente. De acordo com três jogadores do time masculino consultados nesta sexta-feira pela reportagem, todos voltaram de táxi para a concentração após a comemoração.
O relato feito por Beaven-Desjardins informou que Thye estava acompanhado de outro atleta da delegação do polo – de identidade não revelada – quando entrou com autorização da vítima na residência dela. “Ele não invadiu a casa, já estava lá dentro”, disse. O atleta teria ficado no local e a teria abusado quando ela já estava dormindo, durante a madrugada do dia 16. A delegação brasileira deixaria o Canadá mais tarde no mesmo dia, antes do brasileiro ser identificado e buscado pela polícia, que não sabe o paradeiro atual dele.
De acordo com algumas informações, Thye está junto com a Seleção Brasileira em Kazan, na Rússia, onde a equipe verde e amarela se prepara para participar do Mundial de Esportes Aquáticos. A primeira partida do time no torneio está marcada para o dia 27, contra a China. Assim como o Brasil, a Rússia não é um país com acordo bilateral de extradição de pessoas com o Canadá.
A polícia canadense não revelou como foi o processo de identificação de Thye, mas confirmou que ele não vestia uniforme da delegação ao cometer o suposto crime. Beaven-Desjardins disse não poder comentar se a vítima fez exames de corpo de delito para confirmar o abuso, nem deu detalhes sobre a mesma para preservar sua identidade, declarando apenas que não se tratava de uma voluntária e nem uma atleta dos Jogos Pan-Americanos.
Pela lei do Canadá, esse tipo de crime pode resultar em até 15 anos de prisão, variando conforme a gravidade. Não foi informado o tempo mínimo de pena, que ficará a cargo da Justiça local para decidir. Segundo as leis canadenses, abuso sexual inclui qualquer forma de contato não consentido entre as partes. Entram nesta lista beijos, abraços forçados, sexo oral ou penetração.
Apesar de não dar detalhes da investigação, a polícia deu como certa a responsabilidade de Thye, afirmando inclusive que “ele não é um suspeito a essa altura” e que podem haver outras vítimas, justificativa para sua imagem ser divulgada publicamente. “Ele ficou duas semanas em Toronto. É por isso que a foto dele foi espalhada. Não sabemos o que ele pode ter feito na cidade”, comentou Desjardins.
O Terra consultou a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) sobre o assunto, mas foi informado que os dirigentes da entidade estão na Rússia (onde acontecerá o Mundial de Natação) e, por causa do fuso horário, não vão se manifestar neste momento.