Trabalhar demais pode provocar morte por problemas de saúde e OMS estipula teto de horário semanal
Estudo da OMS e da OIT aponta que, por causa das longas horas de trabalho, 745 mil pessoas morreram de acidente vascular cerebral ou doença isquêmica do coração.
Um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que longas jornadas de trabalho aumentam o número de mortes por doenças cardíacas e derrames. O estudo foi divulgado nesta segunda-feira (17/5), na revista Environment International.
As pessoas com jornadas de trabalho superiores a 55 horas por semana têm 35% mais chances de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e 17% mais chance de morrer de doença cardíaca isquêmica, em comparação com aqueles que trabalham entre 35 a 40 horas por semana.
A pesquisa mostrou ainda que 72% das mortes em consequência da jornada extensa correspondiam a homens com idades entre 60 e 79 anos, que trabalharam 55 ou mais horas por semana entre os 45 e 74 anos.
A estimativa da OMS e da OIT é que, em 2016, 398 mil pessoas morreram em decorrência de um derrame e 347 mil de alguma doença cardíaca. Todas as mortes tiveram um fator em comum: mais de 55 horas trabalhadas por semana.
Por conta da pandemia da Covid-19, o número de horas trabalhadas vem crescendo e 10% da população global estão, atualmente, fazendo jornadas mais longas, o que coloca as pessoas em risco.
“Temos provas que demonstram que quando os países entram em confinamento, o número de horas de trabalho aumenta em cerca de 10%”, explicou o funcionário da OMS envolvido no estudo, Frank Pega.
“A pandemia mudou significativamente a maneira como muitas pessoas trabalham", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"O teletrabalho tornou-se a norma em muitos setores, muitas vezes confundindo os limites entre casa e trabalho. Além disso, muitas empresas foram forçadas a reduzir ou encerrar operações para economizar dinheiro, e as pessoas que ainda estão na folha de pagamento acabam trabalhando por mais tempo", afirmou.
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