Cultura

FESTIVAL:Com estreias mundiais e filmes engajados, CachoeiraDoc se destaca no circuito nacional

FESTIVAL:Com estreias mundiais e filmes engajados, CachoeiraDoc se destaca no circuito nacional

Por Da Redação

FESTIVAL:Com estreias mundiais e filmes engajados, CachoeiraDoc se destaca no circuito nacionalDivulgação

Festival de Documentários de Cachoeira traz nesta edição uma programação de filmes inéditos e engajados. O evento, um dos mais importantes festivais de documentário do país, acontece até o dia 10 de setembro, em Cachoeira, no Cine Theatro Cachoeirano e no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CAHL/UFRB).


A abertura oficial do festival será nesta terça-feira (5/9), com a estreia mundial do documentário “Quilombo Rio dos Macacos” (BA, 2017, 120 min.), do cineasta baiano Josias Pires. A exibição acontece às 19h30, no Cine Theatro Cachoeirano.


No total, serão exibidos 65 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens. Além do documentário de Josias Pires, outros quatro são inéditos e vão estrear no CachoeiraDoc: “Por trás da linha de escudos” (PE, 2017, 100 min.), de Marcelo Pedroso, “Escolas em luta” (SP, 2017, 77 min.), de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli, “Em Nome da América” (PE, 2017, 96 min.), de Fernando Weller, e “Onde começa um rio” (PE, 2017, 75 min.), de Julia Karam, Maiara Mascarenhas, Maria Cardozo e Pedro Severien.


Entre os destaques desta edição estão as mostras Cinemas de Lutas (Corpos em Lutas, Memórias de Lutas e Sessões Especiais), que exibem documentários nacionais e internacionais, contemporâneos e históricos, de intervenção social, engajados e militantes. As mostras Corpos em Lutas e Memórias de Lutas tiveram a curadoria da renomada pesquisadora francesa Nicole Brenez, de Amaranta Cesar e do crítico de cinema Victor Guimarães (MG).


“Esse conjunto de filmes nos dá uma medida da diversidade formal dos cinemas militante e engajado, contestando um preconceito crítico arraigado e explicitando o trabalho de justiça histórica que o cinema ainda precisa fazer para dar lugar às diversas práticas e forças inventivas da política no cinema. Juntos, esses filmes ainda nos apresentam às energias rebeldes que estamos a buscar para enfrentar as urgências do nosso tempo”, explica Amaranta Cesar, idealizadora e uma das coordenadoras do festival.


Já para a Mostra Competitiva, foram selecionados 27 filmes, dos mais de 600 inscritos. Muitos dos documentários nunca foram exibidos na Bahia, como os premiados “Baronesa”, de Juliana Antunes, e “Na Missão, com Kadu”, de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito.


“Muitos dos filmes que apresentamos são protagonizados ou realizados por sujeitos históricos oprimidos, porém resistentes, e normalmente invisibilizados pela história oficial ou objetificados pela mídia massiva. A permeabilidade que surge da presença das pessoas e do imprevisto do mundo é o que faz o documentário, hoje, ser um grande laboratório do cinema, um lugar para experimentação, invenção e descobertas”, afirma Ana Rosa Marques, uma das coordenadoras do CachoeiraDoc.


O VIII CachoeiraDoc também terá uma programação musical, com as atrações Àttøøxxá, Funfun Dúdú, Samba de Chula de São Braz, entre outras. O festival é gratuito e aberto ao público.


Homenagem a Luiz Paulino dos Santos


A oitava edição do CachoeiraDoc vai homenagear o cineasta baiano Luiz Paulino dos Santos. No dia 10 de setembro, às 14h, no Cine Theatro Cachoeirano, será exibido o documentário “Índios Zoró: antes, agora e depois?” (Brasil, 2016, 70 min.). O filme é um retorno do diretor Luiz Paulino à comunidade dos índios Zoró, após trinta anos da filmagem de um curta-metragem sobre os costumes e práticas dos índios. A sessão será comentada pelo cineasta Edgard Navarro.


Colóquio e oficina


Na programação do festival acontece também, nos dias 4 e 5 de setembro, o VI Colóquio Cinema, Estética e Política, organizado pelo Grupo Poéticas da Experiência, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O colóquio busca a inclusão de novos saberes no espaço da universidade, com o convite a mestres, mestras e lideranças das comunidades indígenas, quilombolas e dos terreiros para compor sua programação.


O festival terá ainda o minicurso “Montagem, uma forma que pensa”, que será ministrado por uma das mais importantes montadoras do país, Cristina Amaral. A atividade acontece nos dias 6 e 7 de setembro. Cristina trabalhou com importantes diretores do cinema brasileiro, especialmente com Carlos Reichenbach e Andrea Tonacci, e foi premiada em festivais, como Gramado e Brasília.


O festival


O CachoeiraDoc ? Festival de Documentários de Cachoeira busca fomentar a difusão e a produção de documentários, assim como a discussão sobre o gênero, por meio de oficinas, debates, ciclo de conferências e exibição de filmes.


Nas sete edições anteriores, cerca de 15 mil pessoas assistiram a mais de 260 documentários, muitos deles inéditos na Bahia e Brasil.


O festival é uma realização da Ritos Produções e do Grupo de Estudos e Práticas do Documentário, do Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB, e conta com o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Secretaria de Cultura da Bahia desde a sua primeira edição, em 2010.


Mais informações podem ser obtidas no site www.cachoeiradoc.com.br.


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