Cultura

“De rosa ou azul?” Há espaço para a militância na avenida? Foliões opinam

“De rosa ou azul?” Há espaço para a militância na avenida? Foliões opinam

Por Da Redação

“De rosa ou azul?” Há espaço para a militância na avenida? Foliões opinamAratu On

Daniela Mercury é considerada uma das maiores artistas do axé, e uma das personalidades mais simbólicas do Carnaval. Em 2013, a cantora assumiu o relacionamento com a jornalista Malu Veçosa, e desde então, tem atuado fortemente a favor das causas LGBT, tanto nas músicas, como “Proibido o Carnaval”, onde critica a censura aos homossexuais e ironiza a fala da ministra Damares Alves sobre “meninos vestirem azul e meninas vestirem rosa”, quanto em suas apresentações.


No Carnaval de Salvador deste ano, não foi diferente. A “Rainha Má” trouxe para o seu bloco “Crocodilo”, no Circuito Dodô (Barra/Ondina), um trio elétrico com um telão que estampava as palavras “sapatona”, “viado”, “biba”, “cola velcro”, “lésbica” e outras. Ela também levou ao trio a cantora e drag queen Gloria Groove, como convidada especial.


Cantora levou discussão LGBT para a avenida. Foto: Aratu On


A militância da cantora, no entanto, não agrada a todos. Na opinião do empresário Andrei Pacheco, que veio de Santa Catarina para curtir a folia baiana, as atitudes de Daniela são um pouco “exageradas”. “É muito chato. Tem muitas famílias com crianças, e eu acho que fica ruim. É muito escrachado, é muito na cara”, diz. O catarinense sugere que há espaço para essas discussões no carnaval, mas deveriam ser levadas de outra forma. “Acho que tem que analisar e planejar uma situação, uma coisa mais discreta”, afirma.


Empresário acredita que Daniela “exagera” quando o assunto é militância. Foto: Aratu On


Já a funcionária pública Conceição Nogueira acha que a militância é válida. “Essa discussão já há na avenida, vem há tempos, desde que ela se assumiu. Então, ela já vem trazendo isso, Claudinha também… Então, isso já está no ar. Tá concretizado”. A soteropolitana ainda acredita que a folia é o espaço ideal para isso. “Eu acho que o Carnaval aqui é liberado, estamos todos unidos. Não posso dizer que é exagerado, tá dentro do contexto”, opina.


Funcionária pública acredita que militância já está ‘concretizada’. Foto: Aratu On


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