Atividades culturais celebram 30 anos da Biblioteca Anísio Teixeira neste domingo
Atividades culturais celebram 30 anos da Biblioteca Anísio Teixeira neste domingo
Em comemoração aos 30 anos de fundação da Biblioteca Anísio Teixeira, que funciona no Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador, da a Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), prossegue, neste domingo (12), com atividades culturais na sede da unidade. O público será brindado com música, encontro, arte e muitas homenagens, incluindo a especial ao educador caetiteense Anísio Teixeira, que completaria 115 anos no mesmo dia.
A programação na Biblioteca, referência no atendimento à criança e adolescente surdos, começou na terça-feira (7) com a apresentação musical dos funcionários da Biblioteca, de literatura de cordel sobre Anísio Teixeira e palestra do mestre pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade no Instituto de Humanidades Artes e Ciências (IHAC) da Universidade Federal da BahiaA, Bruno Vivas, que falou sobre a vida do educador baiano, sua importância para difusão da educação no Brasil, inclusiva e para todos.
Na plateia, a neta de Anísio, Joana Neves Teixeira destacou as atividades que difundem o legado do avô em Caetité, cidade onde ele nasceu. ?A Casa Anísio Teixeira é uma entidade cultural que trabalha com artes, por meio de cinema, teatro e leitura, com a Biblioteca Móvel, que percorre todo o município, em especial nas comunidades rurais. Era sua grande meta na vida ver uma Educação para todos, inclusiva, e isso ocorre nesta Biblioteca, que leva seu nome?.
Fundada em 1956, a Biblioteca adquiriu o nome do educador baiano somente em 1985, quando a FPC passou a comemorar seu aniversário, unindo ao de Anísio, no dia 12 de julho. Em 2009, a unidade ganhou um atributo especial, com o Setor de Atendimento à Criança e Adolescente Surdo – o Sacas, dando o caráter de referência neste tipo de atendimento.
?A partir deste ano, nós inserimos acervo em Libras, como livros e DVDS, além de ações culturais formativas, como Curso de Libras para familiares, funcionários, contação de histórias, palestras, oficinas, tudo em Libras, além da capacitação dos nossos funcionários para atender este público?, explica a diretora da Biblioteca, Laura Galvão.
Acessibilidade
Atualmente, a Biblioteca Anísio Teixeira é a única estadual especializada neste público, cenário que vai mudar em breve, segundo a diretora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas (SEBP), Maria Cristina Santos. ?O projeto de Acessibilidade nas Bibliotecas é uma parceria com o Sistema Nacional do MinC e contemplará 10 bibliotecas no Brasil, que serão referência em acessibilidade e a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, no bairro dos Barris, em Salvador, a primeira do Brasil e da América Latina, será uma delas?.
Ele afirma que o projeto possibilitará a capacitação dos mediadores do livro e da leitura, tecnologia assistida com equipamentos facilitadores da leitura, reforma estrutural e acervo acessível. Na segunda etapa do projeto, este mês, será feita capacitação dos funcionários das bibliotecas públicas estaduais em Libras, além de algumas municipais e comunitárias.
O serviço especializado é aprovado por deficientes auditivos como o frequentador e professor de Libras, Anselmo de Jesus, que já é parceiro da Biblioteca na realização de cursos e oficinas. ?É fundamental que as crianças tenham acesso ao conhecimento de livros e de materiais didáticos e culturais em sua língua. Hoje já está muito melhor do que antes, quando elas não tinham qualquer material disponível?.
O também instrutor de Libras e surdo, Maurício Barreto concorda, e que ser preciso ?fortalecer a cultura do surdo. Precisamos aprender sobre nós, nossa história, e a Biblioteca tem cumprido o papel de divulgar essa cultura. Ter intérpretes de Libras aqui já é muito importante, mas precisamos ampliar o acervo especializado, inclusive com títulos de outros países?.
Acervo
A Biblioteca Anísio Teixeira recebe uma média de 150 leitores e pesquisadores a cada mês, possui cerca de 100 títulos voltados, exclusivamente, para a temática surda, com espaço de acolhimento infantil e funcionários capacitados para atender crianças, jovens e adultos com esta deficiência. Em 2010, um encontro especial surgiu desta interação entre os frequentadores da unidade.
Em um curso de Libras, a fisioterapeuta, Taís Gondim não só se encantou com o mundo dos sinais, como com o instrutor, Caio Cesar Gondim, com quem se casou depois. A partir daí, passou a se dedicar acadêmica e profissionalmente à área. ?Busquei mais cursos e formações e, por fim, enveredei pela especialização na Língua de Sinais”, Segundo ela, está havendo um avanço, “mas ainda estamos muito aquém do necessário. É lei que haja acesso do surdo à informação e a grande dificuldade que eles encontram é a comunicação e isso vem mudando aos poucos. Este movimento é imprescindível para que haja, de fato, acessibilidade deste público?. Em 2011, Gondim abriu empresa especializada na oferta de formação em Libras, a ?Com Mãos?.