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23/05/2021 09h00 | Atualizado em 23/05/2021 16h55

A cultura de justificar os nossos erros com os erros dos outros

A cultura de justificar os nossos erros com os erros dos outros
Paulo Cavalcanti

Vivemos em uma sociedade onde a máxima "se eu não fizer, vem outro e faz no meu lugar" se faz presente no cotidiano. Quase sempre, serve para justificar o erro.

É como aquele velho pescador de lagostas que, ao pescar o crustáceo fora da época permitida, defende-se dizendo que "se eu não pescar, outro vem e pesca".

Esse, infelizmente, é um traço da nossa cultura. O censo geral de que não podemos perder a oportunidade. É uma situação mais triste ainda quando percebemos que esta mesma cultura está impregnada também na classe empresarial do Brasil. Não raro, assistimos grandes empresários em diversas partes do país justificando atos de corrupção com discursos como "o que é que eu posso fazer? Preciso salvar meus empregados. Se eu não atender aquele político, vem outro e vai fazer, tomando o meu lugar".

Esta cultura precisa ser combatida. Precisamos acreditar que podemos fazer mais sem ceder ao errado. Precisamos acreditar em nós e entender que podemos, sim, crescer sem ceder a esta cultura destrutiva. Por isso me tornei ativista da função social da empresa. Para estimular cada vez mais pessoas a terem consciência de uma gestão com a função social. 

Nossa luta é para que os empresários compreendam que eles podem mudar o sistema estabelecido. Ele é o responsável por liderar essa mudança, seja através do associativismo, seja buscando a participação de todos os setores da sociedade.

O momento é propício para nos unirmos e mudar esse país. Temos forças e somos numerosos. Precisamos assumir a gestão da mudança dessa maldita cultura. Capacidade administrativa, geração de riquezas, emprego e renda, já provamos que temos capacidade de oferecer.

Se quisermos viver em um ambiente mais seguro, cabe a nós promover a mudança.

*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.