
"Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu"
Atualizado em 11 de nov. de 2021 17h29
Publicado em 11 de nov. de 2021 17h00
Atualizado em 11 de nov. de 2021 17h29
Publicado em 11 de nov. de 2021 17h00
Na poesia de Chico Buarque, "saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu".
Nenhum pai e nenhuma mãe deseja que os filhos partam antes deles. Só de imaginar, dói. Esses mesmos pais também morrem de medo de irem antes dos filhos.
A verdade é que ninguém quer morrer.
De tanto não querer, não pensamos nisso. De tanto não pensar, não enfrentamos o tema. De tanto não enfrentar, não nos programamos. E como não nos programamos, não damos a devida importância aos dias EM VIDA.
Há algum tempo falei no blog @paivemca sobre a necessidade de invertermos a lógica do "vendedor de seguros de vida", que usei como metáfora.
O vendedor de seguros nos faz acreditar que as pessoas mais velhas se vão antes das mais novas e que, por isso, precisam deixar patrimônio para quem fica.
Em tese, a lógica da vida é essa!
Mas e se for ao contrário? E se a pessoa mais jovem for antes? E se os nossos filhos não tiverem tanto tempo? E se nós não tivermos tanto tempo assim? Deixar patrimônio será nosso único legado?
A real é que a morte de uma pessoa jovem nos tira do automático. Nos faz perceber riscos e questionar coisas que costumam passar despercebidas no dia a dia, trazendo para a luz aquilo que preferimos não ver.
Mas é importante clarear as ideias. Por amor!
É por amor que precisamos discutir o tema da finitude da vida, para que fique clara a necessidade de focar no que realmente importa, para que não se perca tanto tempo na trajetória, para que se valorize a presença, o respeito e o cuidado.
Refletir sobre a morte é um ato de responsabilidade e amor com o outro e consigo mesmo.
Mas, se não está à vontade, ainda, para refletir sobre o tema... CALMA! Tudo no seu tempo!
E se pensar sobre o assunto lhe traz muita angústia, sugiro que busque um profissional para que possa conduzir você a elaborar melhor essas questões.
Sigamos viagem...
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.
Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".
O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.
Instagram: @paivemca