
Ao invés de comprar para seu filho o que você nunca teve, ensine o que nunca te ensinaram
Publicado em 3 de jun. de 2021 09h00
Publicado em 3 de jun. de 2021 09h00
Crédito da foto: ilustrativa/Pexels
Ouço muito na consultoria parental o discurso de pais e mães que tiveram uma infância humilde e hoje lutam para "dar o que não tiveram".
Alguns deles reclamam que, apesar de darem o seu melhor para agradar e suprir os pedidos dos filhos, não ganham o respeito, carinho e atenção que julgam merecer.
É comum que, sem se darem conta, os pais tentem "comprar" o amor ou o respeito dos filhos, na ideia de que, dando o conforto material que gostariam de ter tido na infância, recebessem algo em troca.
A frase "respeito não se compra, se conquista", tem um peso ainda maior na relação pais e filhos, especialmente porque a MOEDA utilizada para a compra é inadequada.
Muitas vezes os mesmos pais que trazem no discurso a ideia de que "dão o melhor", são os mesmos que negligenciam cuidado e atenção, justamente porque presumem já terem dado tudo de melhor ao filho.
Com isso as demandas reais dos filhos só aumentam e, junto com elas, cresce também a dívida de ter que atender às expectativas dos pais, que "tanto fizeram" pelos filhos.
Se por aí a situação anda parecida com esse cenário, que tal, ao invés de dar o que não se teve, tentar ensinar o que deveria ter sido ensinado?
Talvez a saída não seja darmos tudo do bom à criança, mas, sim, darmos o que existe de bom e de melhor dentro de nós.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.
Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".
O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.
Instagram: @paivemca