
Consciência em novembro e sempre!
Atualizado em 17 de nov. de 2021 18h01
Publicado em 17 de nov. de 2021 17h00
Atualizado em 17 de nov. de 2021 18h01
Publicado em 17 de nov. de 2021 17h00
Foto: ilustrativa/Pexels
Novembro é o mês em que, normalmente, ampliamos o debate sobre uma necessária tomada de consciência para superarmos o racismo. No sábado, 20 de novembro, data que marca o Dia da Consciência Negra, acompanharemos o aumento de homenagens, manifestações e reflexões sobre a luta árdua contra a discriminação racial e a influência da cultura africana na construção da sociedade brasileira. Não deixa de ser um momento oportuno para aprofundarmos debates que possam elucidar dúvidas, desconstruir mitos e pautar uma sociedade mais igualitária.
Afinal de contas, não é incomum encontrarmos questionamentos sobre o porquê da existência do Dia da Consciência Negra ou até mesmo a afirmação de que não existe racismo no Brasil. Prática infeliz, porém, comum para um país colonizado por quase três séculos e que até os dias de hoje sofre com a disseminação da ideia da democracia racial. Mas, trago aqui algumas considerações para entendermos a necessidade da ampliação do debate e caminhar em favor do combate ao racismo.
Primeiro que, não por acaso, negros e negras lideram o ranking de estatísticas nada agradáveis, como o ranking do desemprego, da maior parcela da população carcerária e manicomial e, infelizmente, a de maior número de mortes em território nacional, seja pelas mãos do Estado ou da violência urbana. Dados como esses revelam o quanto a democracia racial, por exemplo, é um mito e não resiste às pesquisas, aos números e ao cotidiano da nossa população. Isso por si só já explicaria o quão fundamental é existir campanhas de debate sobre o racismo. E digo mais, não apenas por um dia ou mês, mas massivamente durante todo o ano.
Além disso, nesses tempos tão conturbados da nossa democracia, temos líderes políticos que negam a existência do racismo e tentam desmantelar instituições que promovem e preservam a cultura negra e afro-brasileira. Debates sobre a luta por igualdade racial se tornam ainda mais cruciais em momentos tão caóticos como esse que estamos atravessando.
Para além de tudo isso, acrescento que discussões sobre a luta por igualdade racial são mais do que necessárias para termos a percepção histórica e cultural da importância do povo negro para a sociedade e o quanto merecem ser celebrados pela força, resistência à opressão e por serem construtores do nosso país. É preciso olhar para trás e não esquecer dos heróis que lutaram por igualdade para entendermos que falar de Consciência Negra é tocar na chaga do racismo que insiste em não cicatrizar na sociedade brasileira.
Por isso, devemos dizer um Viva à Consciência Negra, um viva à Zumbi Dos Palmares, à Dandara e a tantos outros símbolos da luta e resistência do povo negro como; Luiz Gama, Lucas Dantas, João de Deus, Luís Gonzaga das Virgens, Manuel Faustino, Makota Valdina, Mestre Moa do Katendê e tantos outros grandes, de nomes ainda desconhecidos, que resistiram ao jugo do escravismo, do racismo e da brutalidade à época. A consciência muda a realidade! Consciência em novembro e sempre!
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.
Ativista pela redução das desigualdades, filha mais velha de quatro irmãos e fundadora do Move Bahia. Essa é Isabela Sousa, uma jovem de Campinas de Pirajá que cresceu sentindo na pele as dificuldades de uma realidade periférica de Salvador. Hoje, é uma formanda em Direito que sonha pela igualdade de oportunidades e tem a educação como pilar das transformações que a sociedade precisa. Aos 25 anos, Isabela já foi embaixadora do movimento Mapa Educação, é Líder Estadual do Movimento Acredito e representou o Brasil no maior congresso de jovens líderes do mundo, o One Young World, em Londres.
Instagram: @isabelasousaba