Família

Precisamos humanizar o puerpério

Colunista On: Otávio LealPai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental e psicanalista em formação
Precisamos humanizar o puerpério

Foto: ilustrativa/Pexels

 


Nas últimas semanas, falei no @paivemca e aqui no Aratu On sobre o caos do puerpério e o assunto ganhou uma proporção enorme. Falar sobre a vida REAL é libertador, tanto para quem fala, quanto para quem lê ou ouve.


Falar sobre a realidade nua e crua coloca a gente conectado com a gente mesmo, HUMANIZA, provoca uma sensação de acolhimento, pertencimento.


Coloca os nossos pés no chão, para continuar seguindo a batalha, agora de forma mais concreta, com mais propósito.


Quando cai a fantasia das redes sociais (mães e pais felizes da vida, bebês mamando, rindo, dormindo e vivendo como num conto de fadas), as coisas se encaixam melhor no mundo real.


O texto anterior me conectou com centenas de pessoas que estão passando pela mesma fase e pelos mesmos problemas.


Algumas delas sentiam VERGONHA de falar, de sentir e de partilhar suas demandas.


A verdade liberta! Viver na fantasia ou na tentativa de maternar/paternar como se fosse um conto de fadas, traz mais sofrimento do que paz.


A felicidade da rede social é frágil, fugaz, pueril.


É lógico que há prazer e felicidade em ser pai e mãe. Há espaço para gozarmos dessa condição e nos sentirmos bem ao estar com um filho, ao dar e receber amor.


Mas precisamos também entender que as dores precisam ser melhor elaboradas, sob pena de que, ao tentar tamponar e recalcar, isso vire sintoma e ganhe corpo na ansiedade, depressão, melancolia, culpa, violência, etc.


Além disso, quando damos voz e "nomes" para as nossas dores, isso permite que a ajuda externa aconteça de modo mais efetivo.


É necessário e recomendado pedir ajuda. Nada de errado há nisso.


Precisamos dar mais valor para a rede de apoio e menos valor para as redes sociais.


Afinal, somos todos humanos e humanizar o puerpério é uma forma de cuidar melhor de quem está passando pela "dor de parir".


Se cuidem!



Publicada originalmente às 10h do dia 29 de setembro de 2022.


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Otávio Leal

Otávio Leal

Otávio Leal, do blog "Pai, vem cá", é pai de Maria Flor e Amora, advogado, consultor parental, psicanalista em formação e autor do livro "Papai foi pra roça, Mamãe foi trabalhar. E agora?".

O projeto “Pai, Vem Cá!” se tornou parceiro da Defensoria Pública da Bahia e da Revista Pais & Filhos, tendo participado de iniciativas sociais importantes, a exemplo da campanha Poder do Colo, da Novalgina.

Instagram: @paivemca
 

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