Ser pai ou mãe é um eterno construir
Foto: ilustrativa/Pexels
Nosso ilustre Caetano Veloso compôs uma música para sua filha Júlia, enquanto ela ainda habitava no ventre de Dedé Gadelha. Júlia infelizmente faleceu ao nascer, virou um anjo!
A letra da música "Júlia/Moreno" é um retrato cantado, ainda que subliminar, da paternidade e maternidade. A letra vai crescendo junto com a música, as palavras vão sendo acrescentadas a cada frase. Aos curiosos, ouçam!
Assim como na música, o processo de criação de um filho é um eterno TALVEZ. Os fatos se repetem, como as frases da letra, mas as histórias se renovam, vão sendo acrescentadas emoções, dúvidas, ideias, sorrisos, sonhos, medos, realizações.
"Criar uma menina teria sido uma experiência diferente", segundo Caetano. Teria sim, meu caro Caetano! Teria sido incrível para vocês dois, não fosse o "talvez". Uma pena!
Criar um filho, de qualquer raça, gênero, cor, etnia, orientação sexual, classe social, etc, nos traz uma experiência diferente a cada hora do dia. É isso que torna tudo fantástico!
Criar filho é estar disposto a criar um verso incompleto, que vai se autocompletando no caminho.
A nossa angústia, impaciência, falta de habilidade, vontade de acertar, desejo de amor, desejo de amar, também vai inscrevendo textos nesse poema concreto. É preciso cuidado! É preciso amor!
Nessa semana o Tribunal de Justiça da Bahia realizou a 2ª Edição do Multirão "Plantando Amor", que auxilia famílias na investigação de paternidade (DNA).
Sabemos que ser pai (ou mãe) é um eterno caminhar, um eterno construir. Ainda assim, um exame de DNA, apesar de não representar um "diploma" de pai, pode vir a ser a primeira frase de uma grande história!
Meus parabéns ao Tribunal de Justiça da Bahia por "plantar o amor". Aos pais, desejo que lhes sobrem inspiração e amor para criar versos e filhos!
Ouça, abaixo, a música "Júlia/Moreno":
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.