Julgar uma peça de roupa é julgar quem a usa?
Julgar uma peça da moda é julgar quem a está usando?
Outro dia vi o challenge (esses vídeos que viralizam), de uma influenciadora falando: “roupas que por motivo nenhum me irritam”.
No vídeo, ela amenizava, dizendo em tom sarcástico, que a roupa de ninguém agrada a todos e “então, se você gosta, usa!”.
Ouvi expressões como... “Não dá, pra mim não dá!”. “Eu não sei como que dá pra combinar isso. Eu acho muito feio. Desculpa!”. “Esses shorts aqui me dá ódio!”. Todas proferidas com uma entonação negativa.
Por isso, fiquei com esse questionamento: julgar uma peça de roupa é julgar quem a usa?
Hoje, vivemos em um mundo onde se propaga a diversidade. A moda passa por este processo de abertura das suas fronteiras, dos seus limites. Neste processo existe uma corrente que defende as muitas formas de se vestir. Não há um jeito certo e outro errado ao usar uma roupa. Há uma intenção do que a pessoa quer comunicar usando aquela peça da moda.
Existe um movimento de conscientização na moda para acolher que objetos de moda não devam ser encarados como inadequados. Afinal, o que não é condizente na construção de um estilo pode ser perfeito para comunicar a personalidade de uma outra pessoa.
O julgamento negativo proferido sobre uma peça de moda pode deixar quem a veste com sentimento de inadequação, e isso tende a fazer com que a pessoa se retraia e diminua a concretização das suas vontades para afastar o julgamento alheio. Assim, acaba usando o que os outros acham certo, bonito e deixando de usar o que gosta e o faz se sentir bem.
Por isso, quem não gosta de certas roupas deveria apenas não usá-las e evitar proferir seus julgamentos. Afinal, o respeito para que todos se sintam à vontade de vestir roupas que comuniquem a sua personalidade e estilo deveria ser inerente ao ser humano.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.