Primeiro voto: um chamado para a juventude
Foto: divulgação/TSE
A cerca de sete meses das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem registrado o menor número de jovens de 16 e 17 anos aptos ao voto para uma eleição que será extremamente decisiva para o nosso futuro. Segundo o TSE, apenas 10% dos adolescentes nesta idade tiraram o título de eleitor até o presente momento. Esse é o menor percentual das últimas três décadas.
Diante de tantos discursos de ódio e, por muitas vezes, uma política estruturada por políticos que não nos representam, em certa medida, até compreendo todo esse desinteresse dos jovens para ter direito ao voto. Entretanto, é importantíssimo lembrar que se esse cenário nos gera insatisfação, só nós podemos mudá-lo.
Quando analisamos a história, percebemos o quanto os jovens sempre foram responsáveis por transformações que modificam os rumos da sociedade. Aqui na Bahia, por exemplo, nas últimas duas décadas, acompanhamos a “Revolta do Buzu”, responsável por paralisar a cidade por três semanas contra o aumento da tarifa de ônibus e outras grandes mobilizações contra o governo da ex-presidente Dilma.
Não foram raros os eventos históricos dos quais a juventude foi protagonista. E este momento de agora, mais do que nunca, pede a mobilização dessa parcela da população que sempre foi o pilar da mudança. É a força de participação dos jovens na política que pode alterar, modular ou estabelecer novas decisões políticas.
Por isso, costumo dizer sempre que: a política é importante demais para ficar só na mão dos políticos. Se você não é interessado pela política, alguém se interessará por você e trabalhará para a tomada de decisões que impactarão diretamente na sua vida. Não adianta tentar viver dentro de uma bolha acreditando que nada poderá te atingir. Todos nós seremos atingidos por decisões políticas que podem ser certas, erradas ou até mesmo pela falta delas.
Sendo assim, faço aqui um pedido encarecido aos jovens brasileiros, sobretudo aos baianos: não deixem de tirar seu título de eleitor e não desistam de mudar nosso futuro através da política. Esse é o principal meio para estruturar uma sociedade melhor. Assim como as políticas públicas podem ser formuladas para solucionar problemas, elas também podem ser idealizadas para gerar privilégios e ampliar as desigualdades sociais, por exemplo.
Caso estejamos fora desses processos políticos, seja opinando em consultas públicas, votando nas eleições, expondo nossas ideias em redes sociais ou debatendo em espaços públicos, tudo pode ser estabelecido sem que seja benéfico para todos.
Se nos mantermos completamente alheios desses processos, temos a grande chance de sermos penalizados sem nem saber como e por quem. E é assim que, infelizmente, sempre aconteceu. Cabe a gente ter a consciência de que a nossa participação na política é essencial para os rumos das nossas vidas.
Por essa razão, se você já tem 16 anos, não perca a oportunidade de ter seu título de eleitor em mãos para votar no dia 2 de outubro. Você tem até o dia 4 de maio para emitir seu título e exercer esse ato cívico que pode construir uma sociedade mais justa para todos. Ah, e não se esqueça! Analise bem os candidatos para votar consciente!
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.