Sou Líder! E Agora?
Foto: ilustrativa/Pexels
Em algum momento nós já falamos sobre os riscos de pessoas não qualificadas ocuparem cargos de liderança, mas hoje, quero propor outra reflexão, que é algo que ainda vejo com alguma frequência: a pouca disponibilidade de cada líder, novo ou que atua há bastante tempo, em buscar qualificação constante e melhoria de sua performance.
Parece novamente básico e óbvio falar disso, mas faço este exercício com as equipes que lidero há muitos anos e o resultado é sempre...reflexivo. E devo dizer, que ao conversar com pares e amigos sobre o tema, nos deparamos com as mesmas questões.
A velocidade nas organizações é tão alta, que inevitavelmente, você encontrará pessoas que foram promovidas por sua experiência técnica, bons comportamentos, fidelidade à empresa, mas que não necessariamente estavam preparadas para o exercício da liderança. Algumas empresas investem e oferecem qualificações específicas, cuidam do desenvolvimento do líder e o apoiam nesta fase de transição.
O problema é que algumas pessoas ficam restritas as ofertas da empresa. Se esta organização não tem a cultura de investir em educação continuada, o que é, no mínimo, um equívoco, é neste momento que me cabe perguntar: se você está nesta situação, tem feito alguma coisa para cuidar da sua carreira, do seu desenvolvimento como líder ou tem encontrado justificativas para não...fazer nada?
Se sua fala é algo como: “Ah, mas agora eu sou líder, eu estou no cargo, eu mando, eu resolvo, eu, eu, eu...”, não preciso de desenvolvimento. Bom, o que acredito que você pode afirmar com absoluta segurança é: “Vou complicar minha equipe!”. Sim, tão simples quanto.
Não há possibilidade de crescimento, de evolução, sem estudo e sem conhecimento. Grande parte das pessoas nas Organizações deve conhecer uma sigla muito usada nos treinamentos, inclusive de líderes: CHA – Conhecimento + Habilidade + Atitude. Essa é a base do conceito de competência. Ter apenas habilidade não resolve o seu problema. Você precisa do conhecimento e da atitude.
Aí, começa um movimento interessante. Antes, todo motivado e fazendo tudo para conseguir a promoção, você se entregava a tudo e prometia dar conta de qualquer desafio. Agora, as novas atribuições não lhe dão mais tempo para nada. Suas responsabilidades aumentaram, você agora vive o lindo e saboroso “papel sanduíche”, equilibrar as necessidades da empresa, do Cliente e do seu time, então, vamos no estilo Zeca Pagodinho, deixando a vida levar, porque não se tem tempo para mais nada. O início do fim!
Não quero parecer gerencialmente apocalíptica, mas quando penso que tantos dependem de nós, como líderes, não posso diminuir a importância de nos qualificarmos para cuidar destas pessoas. Não pode ser fonte de sofrimento, precisa ser fonte de aprendizado e de prazer. E isso é possível.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.