A importância da escolha no processo de cura
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Já é Natal, tempo de comemorar o nascimento de Jesus Cristo, o amor e a alegria existentes em cada um de nós. Mais que isto, um momento no qual somos convidados a aprender a sermos melhores, a estarmos melhores conosco e com todos aqueles que nos cercam, independente do que a gente tenha vivido até então.
Durante todo o ano de 2021 escrevemos e refletimos acerca do adoecimento. Hoje gostaria de propor algo diferente, o que vocês acham de a gente falar um pouco sobre o processo de cura, seja ela diante de um adoecimento psíquico, físico ou uma combinação de ambos? Considerando o exemplo da dor, muitos pacientes a tem como uma forma de punição, como um castigo. Será que isto é verdade? Por que precisamos viver certas experiências? Apesar de todos buscarmos esta resposta, provavelmente a maioria de nós não conseguirá encontrá-la.
É muito difícil compreender a vida em toda a sua totalidade. As vezes passamos momentos indesejáveis e isto não acontece apenas comigo ou com você. É algo inerente do “ser humano”. Acredito que acima de tudo precisamos estar abertos a ressignificar estes momentos. Não conseguimos controlar todas as variáveis. Somos convidados diariamente a fazer escolhas. As vezes fazemos “boas” escolhas, as vezes não. Quando escolhemos de forma “errada” devemos buscar aprender com estes erros, para não repeti-los em outros contextos. Não podemos nos sentir culpados ou achar que a vida está nos punindo. O dia seguinte com certeza virá e com ele a oportunidade de novas escolhas, inclusive de como nos comportarmos diante das consequências de nossos atos passados.
Acredito que sempre haverá um caminho. É natural nos sentirmos tristes e até mesmo impotentes em alguns momentos, mas não devemos deixar que estas sensações sejam maiores do que a nossa vontade de superá-las, do que a nossa vontade de seguir em frente.
Descobertas recentes em neurociência revolucionaram o tratamento da dor e de muitas outras doenças. Embora muitas vezes o adoecimento se inicie no corpo, todo adoecimento envolve o cérebro. Quando se considera a dor como a própria doença, observa-se que há uma sobreposição de 80% nas áreas do cérebro envolvidas na dor física e emocional. A grande vantagem do cérebro é que ele é mutável - capaz de ser modificado pela experiência.
Podemos utilizar isto a nosso favor. O aumento da compreensão do funcionamento do cérebro levou ao desenvolvimento de novas estratégias para superar a dor, destinadas a mudar os padrões de atividade cerebral que a mantêm. Estas variam desde medicações, hipnose, meditação e terapias psicológicas inovadoras.
Esses métodos têm como alvo as áreas mais profundas do cérebro, onde os aspectos sensoriais e emocionais da dor são armazenados. Por serem projetados para trabalhar com o funcionamento do cérebro, são mais eficientes. A proposta é trazer para o nosso dia a dia experiências positivas e utilizá-las como instrumentos de nossa própria cura.
Pense no que te faz bem, no que representa verdadeiramente a sua rede de apoio e se aproxime destes elementos, torne-os realidade. Isto é muito individual. A experiência sensorial nos afeta muito mais do que a experiência puramente mental.
É difícil fazer isto sozinho? Busque apoio. Sempre haverá alguém disposto a te ajudar, a cuidar de você. Sempre haverá um lugar para que você possa ser você, para que você possa exercer o “pertencer”. Precisamos apenas acreditar e entender que é possível sonhar, mas sobretudo tornar os nossos sonhos realidades. Este é um sistema que se retroalimenta e poder identificar ou até mesmo construir este sistema é maravilhoso. Representa a oportunidade de recomeçar, mais do que isto, a oportunidade de continuar.
Hoje gostaria de dizer FELIZ NATAL! Escolha ser feliz! Que venha o amanhã, que venha 2022 com suas inúmeras possibilidades.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.