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"Dói mais aqui dentro", diz repórter agredida em Salvador; imagens serão encaminhadas ao MP

Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Samira de Castro, sugeriu que as imagens da agressão sejam encaminhadas ao Ministério Público Estadual "para reforçar a denúncia".

Por Juana Castro

"Dói mais aqui dentro", diz repórter agredida em Salvador; imagens serão encaminhadas ao MPreprodução/vídeo/TV Bahia

Após serem agredidos por dois homens enquanto trabalhavam, na manhã desta segunda-feira (16/1), cobrindo um acidente na Avenida Orlando Gomes, em Salvador, o cinegrafista George Luiz, o motorista Marcos Oliveira e a repórter Tarsilla Alvarindo, da TV Record, prestaram queixa na 1ª Delegacia Territorial/Central de Flagrantes.


No ocasião, Tarsilla, que levou um soco no rosto, concedeu entrevista ao repórter Fábio Gomes, da TV Aratu, e afirmou: "a dor na minha face é muito menor que a dor que estou sentindo aqui dentro".


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Ela já havia relatado a agressão em seu Instagram, mais cedo. "[...] Fui agredida agora há pouco durante um link que estava fazendo sobre um acidente. Inicialmente, um familiar me pediu que a gente não filmasse, não mostrasse ninguém, e eu respeitei aquele momento, conversei com ele, disse que a gente não mostraria de perto, como eu fiz", iniciou Tarsilla, explicando que entrou ao vivo falando sobre o óbito, mas sem citar nome e sem mostrar o rosto de ninguém.


Quando os integrantes da equipe já estavam se preparando para entrar no carro e deixar o local, dois homens os abordaram. "Um deles me deu um soco no rosto. Eu 'tô' sentindo aqui, essa parte do rosto", concluiu Tarsilla. 




A agressão foi filmada e registrada por uma equipe da TV Bahia, que também fazia reportagem sobre o acidente, e as imagens foram gentilmente enviadas ao jornalismo do Grupo Aratu




SINJORBA REPUDIA E FENAJ PEDE AÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) emitiu nota de repúdio e se solidarizou com o trio de profissionais. Disse que, junto com a Associação Bahiana de Imprensa (ABI), vão se reunir com Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado da Bahia, Tribunal de Justiça da Bahia, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil, Assembleia Legislativa, Defensoria Pública, entre outras autoridades, e representantes dos veículos, "para pedir providências urgentes para preservar a segurança dos jornalistas na atividade profissional".


Informou, ainda, que por sugestão da presidente da Fenaj, Samira de Castro, as imagens da agressão serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual para reforçar a denúncia.


SEGUNDA AGRESSÃO EM MENOS DE UMA SEMANA



Esse é o segundo caso de agressão e ameaça a equipes jornalísticas em apenas cinco dias, no início de 2023, só em Salvador. Na última quarta-feira (11), a repórter Priscilla Pires e o cinegrafista David Melo, da TV Aratu - que estavam no Farol da Barra para cobrir uma manifestação bolsonarista - foram insultados por um homem. O ato antidemocrático intitulado "pela retomada do poder" não teve nenhuma adesão de soteropolitanos.


Os profissionais estavam sentados, a espera de que alguém aparecesse na manifestação, quando foram abordados por um homem com uma lata de cerveja na mão. "Ele começou a falar piadinhas, dizia 'rebanho de bestas, vou dar uma pauta para vocês: a manifestação vai ser o Vale das Pedrinhas, vão pra lá'", contou David.


Em outro momento, ele reclamou que a equipe "estava gravando a polícia". A jornalista e o cinegrafista se levantaram e se afastaram do homem, que os seguiu. "Ele veio atrás, pôs o dedo na cara de David e disse 'você pensa que sua câmera é uma arma? Eu tenho minha arma'. Eu fiquei logo nervosa, perguntei se aquilo era uma ameça", lembrou Priscilla.


Com essas duas ocorrências em menos de uma semana, o Sinjorba, a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Fenaj decidiram constituir um fórum estadual para acompanhar e prevenir os casos de violência e assédio contra jornalistas no exercício do trabalho profissional. “Agora, com mais esta ocorrência, a iniciativa se mostra mais urgente”, reforça o presidente do Sinjorba, Moacy Neves.


NOTA DA RECORD


A Record também emitiu uma nota afirmando que "repudia qualquer tipo de violência e confia no trabalho das polícias Militar e Civil, assim como na justiça". Solidarizando-se com os profissionais, reiterou que "para haver jornalismo sério e comprometido é preciso ter a imprensa respeitada no seu direito de informar e prestar serviço à população".


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